Crise na Saúde: prefeitura de Belém anuncia medidas emergenciais após rombo de R$ 155 milhões

Secretário Rômulo Nina detalhou o cenário crítico deixado pela gestão anterior e apresenta plano de recuperação da rede municipal

Publicado em 27 de fevereiro de 2025 às 16:55

Secretário de Saúde de Belém, Rômulo Nina.
Secretário de Saúde de Belém, Rômulo Nina. Crédito: Adriele Brito/Roma News

O secretário de Saúde Rômulo Nina anunciou, nesta quinta-feira (27), que a cidade enfrenta crise e apresentou um panorama detalhado da atual situação da saúde no município. Segundo o secretário Rômulo Nina, a gestão anterior deixou um passivo superior a R$ 155 milhões, resultando em atrasos nos pagamentos de fornecedores, falta de insumos e medicamentos, além de sérias deficiências na infraestrutura das unidades de saúde.

Entre os principais desafios encontrados estão a escassez de insumos e medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e hospitais municipais, comprometendo o atendimento à população. Além disso, foram identificados problemas estruturais graves, como infiltrações, goteiras e mobiliário deteriorado, evidenciando o sucateamento das unidades de saúde.

Para enfrentar a crise, a Sesma anunciou um pacote de medidas emergenciais e parcerias estratégicas. Uma das primeiras ações foi garantir acordos financeiros para evitar a descontinuidade do fornecimento de medicamentos essenciais. “Nós constatamos um risco muito alto de descontinuidade de tratamento e atuamos antecipadamente para que não faltassem os medicamentos, honrando os acordos financeiros com fornecedores”, destacou Rômulo Nina.

Outra medida foi a padronização das compras para reduzir desperdícios. O secretário revelou que, apenas no último mês, a falta de gestão anterior resultou na perda de quase R$ 1 milhão em medicamentos vencidos. “Com esse dinheiro, poderíamos fazer muito pela saúde da população. Agora, estamos padronizando processos, implementando inovação tecnológica e qualificando a gestão da cadeia de suprimentos para evitar esse tipo de prejuízo”, explicou.

Entre as soluções a médio e longo prazo, a Prefeitura planeja a implementação de uma Parceria Público-Privada (PPP) para reconstrução e ampliação das unidades de saúde, além do fortalecimento da atenção primária, que teve sua cobertura reduzida ao longo dos anos. “Sem uma atenção primária eficiente, os pacientes acabam recorrendo às emergências em estado mais crítico. Estamos trabalhando para restaurar e ampliar essa rede”, afirmou o secretário.

A Sesma também está alinhando novos contratos com hospitais e clínicas conveniadas, como o Hospital Beneficente Portuguesa, para desafogar os prontos-socorros municipais. Além disso, investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e Novo PAC serão direcionados para a reestruturação da rede pública de saúde.

“Estamos realinhando contratos, reestruturando unidades e garantindo que cada recurso seja aplicado de forma eficiente para oferecer um atendimento digno à população de Belém”, concluiu Rômulo Nina.

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