Publicado em 14 de abril de 2025 às 18:25
Transmitida principalmente por meio do contato com as fezes de triatomíneos, insetos conhecidos como barbeiros, a doença de Chagas tem seu dia lembrado nesta segunda-feira (14). Nesse contexto, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta a população sobre a importância de prevenir a doença, inclusive no pré-natal, a fim de evitar a transmissão vertical, da mãe para o bebê.>
A doença de Chagas é transmitida pelo barbeiro infectado, que ao picar uma pessoa sadia deposita fezes contaminadas no ferimento, permitindo a entrada do parasito Trypanosoma cruzi na corrente sanguínea (transmissão vetorial).>
A doença também pode ser transmitida por via oral, por meio de alimentos contaminados pelas fezes do Tripanosoma cruzy, devido à falta de controle de higiene e de cuidados no processamento.>
Sintomas - Na fase aguda, os principais sintomas são dor de cabeça, febre, cansaço, edema facial e nos membros inferiores, taquicardia, palpitação, dor no peito e falta de ar. Como os sintomas iniciais parecem com o de outras doenças, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência para atendimento médico imediato, começando pelos exames.>
O diagnóstico precoce é fundamental, pois quanto mais demora o tratamento, mais danos o parasito Trypanosoma cruzi causa no organismo, principalmente no coração e sistema digestivo>
“Um paciente com suspeita da doença precisa comparecer à Unidade Básica de Saúde (UBS), ser logo notificado e imediatamente encaminhado para exame e início do tratamento”, explica o coordenador do Programa de Controle da Doença de Chagas pela Sespa, Eder Monteiro. Assim, o paciente recebe medicamento específico por dois meses e permanece sob acompanhamento pelo período de cinco anos na atenção básica municipal e, quando necessário, por especialista cardiologista, infectologista e gastroenterologista.>
Prevenção - A prevenção da doença de Chagas é feita principalmente combatendo o inseto transmissor, o barbeiro. Para isso, é importante manter a casa limpa e arejada, além de evitar que o inseto forme colônias. Ou seja, é importante manter quintais, jardins, galinheiros e estábulos limpos; limpar locais onde se penduram quadros e folhinhas, bem como embaixo dos colchões; difundir junto aos amigos, parentes, vizinhos, os conhecimentos básicos sobre a doença; comunicar o seu agente de saúde caso encontre o inseto.>
Além disso, é importante reforçar que se encontrar um barbeiro, não toque nele. Busque atendimento médico e procure o apoio do centro de zoonoses regional.>
Ocorrências - Atualmente, o Pará é responsável por cerca de 80% das ocorrências de doença de Chagas no Brasil. Em 2023, foram 536 casos confirmados em todo o Estado. No ano seguinte, os casos diminuíram para 485. De janeiro a março de 2025, foram 72 casos registrados. Os municípios com mais casos registrados este ano são: Breves (14), Barcarena (13), Belém (9), Muaná (7), Ananindeua (7) e Abaetetuba (6).>
A Sespa informa, ainda, que 89% dos casos ocorrem por transmissão oral (alimentos contaminados); 53% dos afetados são do sexo feminino, e 50% dos casos são registrados em área periurbana, 24,3% zona rural e 24,3% zona urbana.>
Para controlar os casos de doença de Chagas em municípios prioritários, a Sespa, por meio da Coordenação Estadual de Doença de Chagas e Vigilância Sanitária Estadual, tem realizado ações específicas em parceria com as Prefeituras Municipais e apoio do Ministério Público do Estado. “Devido às notificações estarem sendo feitas com mais tempo hábil, mais de 90% dos casos confirmados no Pará melhoram da doença, sem intercorrências”, enfatiza Eder Monteiro.>