Em apenas dois meses e meio, obras nos Mercados de Carne e Peixe avançam em 50%

As obras nos Mercados de Carne e Peixe visam à recuperação e proteção dos mercados e envolvem pavimentação, drenagem, instalações elétricas, impermeabilização, pinturas e outros serviços.

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 15:31

(Os mercados fazem parte da composição estética da Belle Époque) 
(Os mercados fazem parte da composição estética da Belle Époque)  Crédito: Ascom PMB/Divulgação

Com apenas dois meses e meio em obras de reforma e restauro, os Mercados de Carne e Peixe, no centro histórico de Belém, já contam com avanço de 50% nos serviços. Os mercados integram a ampla revitalização do Complexo do Ver-o-Peso, uma das obras preparatórias à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP-30.

Os mercados, que fazem parte da composição estética da Belle Époque - auge da economia da borracha na Amazônia -, tiveram obras iniciadas em 30 de julho deste ano pela Prefeitura de Belém, via Secretaria de Urbanismo (Seurb), e o prazo de entrega é de 12 meses.

As obras visam à recuperação e proteção dos mercados e envolvem pavimentação, drenagem, instalações elétricas, impermeabilização, pinturas e outros serviços.

Para trabalhadores, reforma e restauro são necessários

Édson Carvalho trabalha com a venda de peixe no mercado desde os 12 anos de idade. “A atividade foi repassada pelo meu pai, vendo mais filé de pescada amarela, filhote e dourada. Após a reforma, a gente vai se organizar melhor e esperamos que a obra, que é necessária, compense e melhore, ainda mais, nossas vendas, que já são boas”, afirmou o peixeiro.

Há dez anos, o artesão Rosenildo Ferreira trabalha dentro do Mercado de Carne, onde há 80 boxes, inclusive de artesanato. “Faço biojoias e nossa loja vende também artigos de diversas etnias indígenas do Brasil. A reforma cria novas possibilidades, já penso num futuro com nosso espaço organizado para receber os clientes. É importante que nós também possamos cuidar bem daqui”, contou o artesão que mora em Marituba, na Região Metropolitana.

Belenenses e turistas percebem obras no Complexo

O paulistano e arquiteto Ciro Souza esteve no Mercado de Peixe, onde comprou dourada e filhote, e elogiou a revitalização. “A reforma é muito legal, fiquei feliz ao ver que o Ver-o-Peso está todo sendo revitalizado, este lugar merece, é espetacular, não tem peixe melhor que o daqui, sempre falo isso na minha cidade. Quando eu voltar, vou encontrar esses espaços prontos”, afirmou.

A nutricionista Luciane Souza contou que percebe as obras não só nos mercados, mas no Complexo. “As obras aqui serão boas para quem trabalha, visita e passeia por todo o Ver-o-Peso. Elas vão melhorar as estruturas para os trabalhadores, a qualidade dos produtos e da alimentação que vendem aqui”.

Recursos

O secretário de Urbanismo de Belém, Lélio Costa, explicou que o contrato da ordem de serviço do Mercado de Carnes, que data de 1867, é no valor de R$ 6,54 milhões. Já a do Mercado de Peixe, fundado em 1901, envolve R$ 3,36 milhões.

“A Prefeitura mantém o perfil e as características históricas. Além de melhorar a condição e estrutura aos trabalhadores, para que eles possam atender, cada vez melhor, a população e os turistas”, destacou o secretário.

COP-30

A COP-30 ocorrerá em Belém, em novembro de 2025. E o secretário de Urbanismo ressaltou que o Complexo do Ver-o-Peso, com 25 mil metros quadrados e a maior feira livre da América Latina, conta com diversos espaços em obras.

“São cerca de R$ 64 milhões destinados à reforma completa do Complexo do Ver-o-Peso, com ações em andamento pela Prefeitura, via Seurb, com recursos garantidos pelo Governo Federal, pela Itaipu Binacional”, informou Lélio Costa.

Além dos Mercados de Carne e Peixe, as obras do Complexo contemplam a Feira do Açaí, a Pedra do Peixe e a Feira Tradicional. Mais R$ 1,2 milhão foi aplicado na Ladeira do Castelo pela Prefeitura. Outros R$ 5 milhões de recursos próprios investidos na Via dos Mercadores, que contempla as ruas Santo Antônio e João Alfredo.