Em Belém, servidor público é preso por comércio ilegal de madeira

Investigação aponta que alvo movimentou mais de R$ 26 milhões com madeireiras que devastam reservas extrativistas.

Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 07:38

A Polícia Federal prendeu, em Belém, um servidor público suspeito de participar de desmatamento ilegal no Pará. 
A Polícia Federal prendeu, em Belém, um servidor público suspeito de participar de desmatamento ilegal no Pará.  Crédito: Divulgação

A Polícia Federal prendeu, em Belém, um servidor público suspeito de participar de desmatamento ilegal no Pará. Contra ele foram cumpridos, na manhã desta quinta-feira (13), mandado de prisão preventiva e um de busca e apreensão em Belém; contra outro alvo, mais um de busca e apreensão em Anápolis–GO. O servidor foi flagrado com arma de fogo sem registro guardada em sua casa, na capital paraense.

Nos mandados de busca e apreensão, foram recolhidos o veículo, aparelhos celulares e a arma não legalizada - uma espingarda com oito munições de calibre 28. Também hoje, o suspeito servidor teve suspensão de exercício de sua função pública. Os dois alvos são suspeitos de comércio ilegal de madeira, lavagem de dinheiro e receptação qualificada.

A investigação partiu da verificação de movimentações operadas pelo servidor público estadual que superavam R$ 26 milhões em créditos e em débitos. As transações eram com pessoas físicas e empresas, especialmente do setor madeireiro, além de diversos depósitos e saques fracionados em espécie incompatíveis com a sua remuneração declarada.

Ao aprofundar a investigação, constatou-se que o servidor público com um empresário de Anápolis/GO, que mesmo sem possuir empresa constituída formalmente ligada ao setor madeireiro, utiliza-se de empresa de transporte rodoviários e de cargas para movimentar grande quantidade madeira, que as investigações apontam como ilegais. Em rede sociais, o empresário se apresenta como madeireiro e compartilha vídeos sobre sua atividade.

As investigações também apontaram que o servidor público remete dinheiro para pessoas e empresas localizadas nas cidades paraenses de Anajás, Porto de Mós, Breves, Moju e Portel, nas regiões do Marajó, Xingu e Tocantins. Esses municípios são reconhecidos por atividades de desmatamento ilegal, principalmente em Reservas Extrativistas, sendo áreas protegidas por lei e institutos federais, para garantir os meios de vida e a cultura das populações locais.