Publicado em 31 de agosto de 2024 às 09:14
A população do Pará deve atingir a quantidade máxima de 9.245.672 paraenses, em 2047. Após esse ano, a projeção é a de que a população comece a diminuir, chegando a 8.589.345 habitantes no ano de 2070. Essa é a mais recente projeção populacional informada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), que é baseada nos dados publicados na quinta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no estudo Projeções Populacionais 2024 para o Brasil e as Unidades da Federação – 2000 a 2070, com base nos dados provenientes do Censo Demográfico 2022, oferecendo estimativas e indicadores demográficos, tanto prospectivos quanto retrospectivos.>
Conforme o IBGE, estas projeções são essenciais para o planejamento e monitoramento de políticas e ações nos setores público e privado. Além disso, os dados projetados servem como base para o cálculo de diversos indicadores socioeconômicos e demográficos, bem como para estimar a população dos municípios brasileiros.>
Fecundidade - O estudo apresenta também a Taxa de Fecundidade Total, que representa o número médio de filhos que uma mulher teria ao longo de sua vida reprodutiva. No Pará, a Projeção Populacional indicou que em 2000 esta taxa era de três filhos por mulher, decrescendo ao longo do tempo, registrando 1,7 filho, em 2023. Já a projeção para o ano de 2070, a previsão é de que as mulheres paraenses terão, em média, 1,5 filho.>
O estudo também evidencia que a quantidade de nascimentos vem diminuindo ao longo do tempo no Pará, mas também que esta não é uma prerrogativa paraense. Comprovadamente, este fenômeno acontece em vários países, corroborado pela diminuição da taxa de fecundidade em todo o mundo. No ano 2000, o número de nascimentos paraenses foi de 174.996, reduzindo para 126.344 em 2023 e sendo projetado para 64.224 nascimentos para 2070.>
Já o número de óbitos vem aumentando, sendo registrados 34.906 óbitos em 2000, passando para 45.556 em 2023 e, se esta tendência se mantiver, chegará a 111.558 óbitos em 2070. Se este cenário acontecer, a população do Pará presenciará um fenômeno demográfico conhecido como crescimento natural negativo, no qual o número de nascimentos é menor do que o número de óbitos. Segundo as projeções do IBGE, esse fenômeno pode surgir a partir do ano 2052, se os resultados de 80.459 nascimentos e 81.638 óbitos se confirmarem.>
As projeções também evidenciam que enquanto o número de nascimentos vem diminuindo ao longo dos anos, a Expectativa de Vida ao Nascer do paraense aumenta continuadamente, pois passou de 70,7 anos em 2000 para 76 anos em 2023, e deve chegar a 83,8 anos de vida, em média, em 2070.>
Historicamente, a expectativa de vida do homem é menor que a da mulher. No caso do paraense, esta diferença era de aproximadamente seis anos de expectativa a mais para as mulheres em 2000, sendo de 67,9 anos para os homens e 73,9 para as mulheres. O estudo aponta ainda que este contraste teve seu ponto máximo em 2009, quando chegou a cerca de 8 anos de diferença, 69,6 anos de vida para os homens e 77,3 para as mulheres, e depois só diminuiu, sendo projetado para 2070 aproximadamente 4 anos de vida a mais para as mulheres, sendo 81,7 anos de vida para os homens e 86 para as mulheres.>
Idosos - A população idosa é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o grupo etário de 65 anos ou mais nos países desenvolvidos e 60 anos ou mais nos países em desenvolvimento. No caso do Brasil, o Estatuto da Pessoa Idosa define como população idosa as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. O IBGE calculou o indicador Proporção de Idosos para os dois grupos etários, para todos os anos contemplados em sua publicação Projeções da População do Brasil e Unidades da Federação: 2000-2070.>
Este indicador vem aumentando ao longo do tempo para os dois grupos etários analisados, os com 60 anos e mais e 65 anos e mais de idade. Em 2000, 5,9% da população estava no grupo etário 60 anos ou mais, em 2023 foram registrados pouco mais de 10% de indivíduos nesta faixa e, para 2070, espera-se que 37,7% dos paraenses estejam no grupo de idosos com 60 anos e mais de idade.>
Entretanto, as projeções do IBGE mostram que esta configuração pode mudar, chegando a um resultado em 2070 em que a minoria se torne o grupo das crianças e adolescentes e os idosos cheguem a cerca de 40% do total de paraenses.>
“É fundamental conhecer estes resultados, pois, dessa forma gestores podem se organizar para as futuras composições populacionais que surgirem, podendo assim propor políticas mais adequadas àquelas realidades” avalia a diretora da Diretoria de Estatística e de Tecnologia e Gestão da Informação (DETGI) da Fapespa, Atyliana Dias.>
Equilíbrio - Outro dado apontado no estudo é o de que no ano 2000 este indicador registrou que aproximadamente 77 paraenses eram dependentes de cada 100 indivíduos em idade potencialmente ativa, para o grupo etário 60 anos e mais. Este resultado apresentou queda em 2023, chegando a 53 dependentes por cada 100 indivíduos em idade ativa; e a projeção mostra que em 2070 será praticamente um dependente para cada pessoa em idade ativa. Quando o grupo etário é o de 65 anos e mais, em 2000 e 2023 os resultados são parecidos com o grupo etário de 60, mas na projeção para 2070, este indicador prospecta que cerca de 72 paraenses serão dependentes econômicos de cada 100 paraenses em idade ativa.>
Ao separar os dados, razão de dependência em jovens e idosos, é possível obter uma visão mais detalhada da estrutura etária da população, permitindo entender quais grupos etários estão contribuindo mais para a dependência total da população em idade ativa. E dessa forma, a pesquisa aponta que a participação do jovem na dependência econômica paraense vem caindo ao longo do tempo, com a previsão de que o indicador acompanhe esta direção até 2070.>
Entretanto, de modo contrário, a razão de dependência do idoso aumenta a cada ano, acentuando sua contribuição na dependência total. Esta tendência de crescimento na razão de dependência de idosos confirma o processo de envelhecimento populacional, reforçando a necessidade futura de políticas que promovam o envelhecimento saudável da população e a sustentabilidade dos sistemas de previdência do estado do Pará.
Fonte: Agência Pará>