Havia sinais de obras na cobertura do Edifício Cristo Rei, diz perícia; assista

O laudo pericial feito para aprontar as causas do desabamento de 13 sacadas do Edifício Cristo Rei, no bairro da Cremação, em Belém, no dia 13 de maio, foi concluído pela Polícia Científica do Pará (PCP) e identificou que havia sinais de obras sendo feitas na cobertura do prédio. Segundo o perito do PCP, Alberto...

Publicado em 26 de junho de 2024 às 11:19

O laudo pericial feito para aprontar as causas do desabamento de 13 sacadas do Edifício Cristo Rei, no bairro da Cremação, em Belém, no dia 13 de maio, foi concluído pela Polícia Científica do Pará (PCP) e identificou que havia sinais de obras sendo feitas na cobertura do prédio.

Segundo o perito do PCP, Alberto Sá, havia vestígios de construção no local. 'Estava existindo alguma intervenção, porque no momento em que a gente chegou lá, tinha uma lona que estava criando uma impermeabilização naquela área como um todo e também atingindo a sacada. Não posso inferir, mas tudo leva a crer que estava-se tentando evitar que um processo maior de corrosão pudesse estar, de alguma forma, preservando a sacada', revelou.

Mas, de acordo com o perito, a ideia não ajudou devido às falhas na construção do prédio e falta de manutenção preventiva. 'Em decorrência de todas essas falhas, isso não se tornou eficaz e a consequência foi o colapso da primeira sacada, que depositou entulhos, cargas acidentais nas outras sacadas que já apresentavam patologias semelhantes e que gerou isso', disse.



https://twitter.com/RomaNewsOficial/status/1682063773299884040?s=20

Segundo a Polícia Científica, seu papel é apenas entregar o laudo. Apontar os culpados, dizer quando os moradores vão poder retornar aos apartamentos ou se o prédio e as demais sacadas precisarão ser demolidas, não é de responsabilidade da instituição.

O laudo será enviado às autoridades responsáveis para decidir o que será feito no edifício.

Relembre o caso

Era por volta de 12h do sábado, 13 de maio, quando as sacadas do prédio, localizado na rua dos Mundurucus, entre Generalíssimo Deodoro e Quintino Bocaiuva, desabaram e assustaram os moradores da região.

De imediato, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará foi acionado, assim como a Defesa Civil, para prestar apoio no incidente. No mesmo dia foi confirmado que não houve vítimas e nem feridos, apenas danos materiais.

Já no domingo, 14 de maio, os trabalhos de investigação começaram e várias autoridades estiveram no local para realizar as investigações. Coletas de informações foram realizadas pela Polícia Científica, análises e vistorias foram feitas pelo Corpo de Bombeiros, e vistorias da Defesa Civil e Crea foram iniciadas.

Na manhã da segunda-feira, 15 de maio, a Defesa Civil afirmou que uma infiltração devido à piscina da cobertura poderia ser a causa inicial do que teria provocado o desabamento das sacadas. Ainda de acordo com a Defesa Civil, as infiltrações deixaram as armaduras das sacadas expostas à água, o que provocou uma oxidação e, por consequência, o desabamento.

Investigação

Uma linha de investigação foi traçada pela Polícia Científica, que levantou a suspeita de uma falha de projeto e execução das estruturas poderia ter ocasionado a queda das sacadas.

O laudo pericial da Polícia Científica, foi iniciado para que todas as informações coletadas e imagens capturadas fossem analisadas para elaboração de um laudo preciso.

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar as causas do desabamento e apurar se há um responsável.

O Conselho de Engenharia (Crea-PA) informou que o edifício nunca tinha passado por uma vistoria e que não havia nenhum registro de laudo e fiscalização que comprovasse a segurança das instalações do prédio.

Liberação do prédio

Na terça-feira, 16 de maio, o Corpo de Bombeiros declarou que não havia previsão para a liberação do edifício e a volta dos moradores para seus apartamentos. Segundo o CBM, a liberação do prédio seria anunciada após a perícia ser realizada por uma empresa de engenharia, que deve avaliar a condição estrutural das sacadas que não desabaram e do próprio edifício. Só após a realização desse vistoria e em posse das informações, seria possível definir o retorno dos moradores, que aguardam os resultados dos laudos até o momento.