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Imigrante africano que vive no Brasil relata preocupação com parentes desaparecidos após corpos encontrados à deriva no Pará

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Um malinês, identificado como Mohamed Diallo, de 46 anos, ao saber que um barco com cidadãos do Mali e da Mauritânia chegou ao Pará com 9 corpos, lembrou de conterrâneos que há cerca de 2 meses desapareceram no Oceano Atlântico, tentando chegar de barco às Ilhas Canárias – território espanhol próximo da costa da África, usado como porta de entrada para a Europa. Os conterrâneos de Diallo vinham em um grupo de 8 a 10 homens de Sélifel, que saiu do Mali, um lugar que não tem acesso ao mar, para a Mauritânia. Desde então, não há notícias deles.

Diallo é de Sélifeli, um pequeno povoado na região de Kayes, que faz fronteira com a Mauritânia. O malinês chegou ao Brasil em 2015 e mora em Capinzal–SC.

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‘É tudo da mesma família, filho de um primo, filho de outro parente’, diz Diallo. ‘É importante saber onde estão.’

A rota África-Europa pelo Atlântico, já teve mais de 500 mortos e desaparecidos em 2022. Ir da Mauritânia às Ilhas Canárias pressupõe navegar, no mínimo, 700 km no Oceano Atlântico e, embora o arquipélago espanhol fique relativamente próximo da costa africana, muitas embarcações – em geral, pequenas como a que chegou ao Pará – acabam se perdendo no mar.

‘Como eles buscam se afastar do litoral, muitas vezes para fugir até de guardas costeiras de outros países, essas embarcações podem ser capturadas por correntes marítimas’, disse o mestre em relações internacionais pela Universidad Autónoma de Asunción, Antônio Carvalho.

Para a Polícia Federal, a hipótese provável é que essa seja a origem do barco encontrado no Pará. A corporação suspeita, ainda, que 25 pessoas estavam no barco – já que foram encontradas 25 capas de chuva e 27 celulares.

“Provavelmente o barco se perdeu ao mar, deve ter pegado uma corrente marítima e chegou ao Brasil. Em 2021, foram localizados sete barcos idênticos com esse. A maioria no Caribe e um deles no Ceará”, disse o superintendente da PF no Pará, José Roberto Peres, na quarta-feira, 17.

Segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM), braço da Organização das Nações Unidas (ONU), a rota entre África e Europa via Oceano Atlântico é uma das mais mortais do mundo. Em 2022, 543 migrantes morreram ou desapareceram nessa jornada.

Até o momento, a identidade de nenhum dos 9 corpos encontrados no Brasil foi revelada. A possibilidade de que algum conhecido esteja entre eles, entretanto, levou a comunidade malinesa no Brasil a procurar a embaixada do país para tentar saber quem são os mortos.

“A notícia tocou a todos nós”, disse o administrador contábil Adama Konate, porta-voz da comunidade malinesa no Brasil.

A Embaixada do Mali no Brasil informou que ainda não tem informações sobre o caso.

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