Publicado em 15 de setembro de 2024 às 16:58
Duas mulheres, identificadas como Rosa Cravo e Leilane Barbosa Salles conseguiram concluir o ensino superior através de um projeto de educação e reintegração social chamado "Novas Histórias", que acontece no estado do Pará. Rosa e Leilane são internas da Unidade de Custódia e Reinserção Feminina (UCRF), que fica localizada em Ananindeua, na Grande Belém.
A cerimônia de formatura das duas, foi nos cursos de Design de Interiores e Licenciatura em Letras, respectivamente. A modalidade dos cursos foi de Educação à Distância (EAD). O projeto é uma parceria entre a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Universidade da Amazônia (Unama).
"Todo mundo tem direito a uma segunda chance e esse projeto proporciona justamente isso, com o uso de uma ferramenta digital, que é o EAD, e também a educação. E novas histórias de ressocialização estão tendo esse papel, de reconstruir vidas, de fazer com que essas meninas se preparem para a vida lá fora. A educação vai ser a grande ferramenta de transformação. Elas precisam sair daqui melhores do que elas entraram. Precisam voltar para a sua família, voltar principalmente para dar assistência aos seus filhos, aos seus familiares", destacou Sérgio Murilo Júnior, diretor de Responsabilidade Social e Ambiental do Grupo Ser Educacional.
O projeto “Novas Histórias”, que também faz parte do programa “Ser Mulher”, oferece suporte educacional para mulheres enfrentando diversas situações desafiadoras, desde violência doméstica até mães-solo, e agora também para aquelas em privação de liberdade. O programa já conquistou reconhecimento internacional, recebendo o Catalyst Award 2023 na categoria “Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento”.
As novas formandas, Rosa e Leilane, expressaram suas emoções e esperanças para o futuro. Rosa Cravo ressaltou a importância da educação na transformação de sua vida, enquanto Leilane Barbosa Salles compartilhou sua gratidão pelo recomeço que o curso proporcionou. "A educação é a melhor forma de se libertar e hoje posso dizer que estudar no cárcere é muito difícil, mas também é muito gratificante um momento como esse”, disse Rosa Cravo. As internas agora olham para o futuro com a confiança de quem alcançou um importante marco em suas vidas.
Com a conclusão da primeira turma, a universidade privada anunciou a ampliação do programa, oferecendo mais vagas para internas da UCRF e preparando o terreno para a expansão do projeto para outras unidades penitenciárias do Pará e, possivelmente, de outros estados.
A cerimônia, que contou com a presença de autoridades acadêmicas e representantes da Seap, foi marcada por momentos de emoção e celebração, simbolizando o poder da educação como ferramenta de mudança e reintegração social.