Investigado por integrar esquema criminoso, delegado Arthur Nobre se apresenta à Corregedoria

Arthur Nobre teria recebido R$ 150 mil para favorecer uma rede criminosa, protegendo seus membros e direcionando inquéritos de forma a beneficiar o grupo.

Publicado em 19 de outubro de 2024 às 13:50

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Delegado Arthur Nobre está sendo investigado pelo Ministério Público - 
Delegado Arthur Nobre está sendo investigado pelo Ministério Público -  Crédito: Bruno Cecim/Agência Pará

Na noite desta sexta-feira, 18, o delegado da Polícia Civil do Pará, Arthur Nobre, se apresentou à Corregedoria da Polícia Civil, após o juiz Heyder Ferreira, da Vara de Inquéritos, decretar sua prisão preventiva. A decisão foi resultado de uma investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público do Pará, com apoio da 2ª Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial de Belém. O inquérito apura crimes de associação criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva.

A prisão foi decretada na última segunda-feira, 14, junto à de Andreza Maia de Souza, que também estaria envolvida no esquema. Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. De acordo com o Procedimento Investigatório Criminal nº 06.2024.00000065-7, o delegado Arthur Nobre teria recebido R$ 150 mil para favorecer uma rede criminosa, protegendo seus membros e direcionando inquéritos de forma a beneficiar o grupo.

Conforme apuração do Ministério Público, o valor foi transferido pelo ex-cartorário Diego Almeida Kós Miranda, tanto da conta de sua empresa, Atitude Incorporadora Ltda, quanto de sua conta pessoal, para Andreza Maia de Souza, indicada pelo delegado Nobre.

Além disso, as interceptações revelaram o possível envolvimento de um membro do Ministério Público. Em uma conversa entre o advogado Silvio Kós Miranda e seu filho, Diego Kós Miranda, o filho mencionou que uma pessoa dentro do MP estaria sendo cooptada para evitar que o caso fosse investigado pelo GAECO.

Embora o GAECO tenha inicialmente solicitado o afastamento de Nobre das funções, o juiz Heyder Ferreira considerou adequada a prisão preventiva, afirmando não haver ilegalidade na medida, com base nas provas coletadas.

O caso permanece sob investigação, e novos desdobramentos podem revelar mais envolvidos na organização criminosa, potencialmente ampliando o alcance da operação.