Publicado em 23 de abril de 2025 às 16:24
A Promotoria de Justiça de Portel, na região do Marajó, quer montar um grupo reflexivo para homens autores de violência doméstica no município. O objetivo é promover uma mudança efetiva no comportamento dos agressores, indo além da punição.>
A iniciativa faz parte de um Projeto Institucional do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). Um Processo Administrativo com a finalidade de instaurar o Grupo, foi implantado por meio da Portaria nº 24/2025-PJP, assinada pelo promotor de Justiça Ronaldo Carvalho Bastos Junior, responsável pela ação.>
A proposta foca na responsabilização crítica e na transformação de valores e atitudes violentas, especialmente nas relações de gênero, com base em metodologias educativas, direitos humanos e perspectivas de gênero, e faz parte do projeto desenvolvido pelo Núcleo de Proteção à Mulher (NPM/MPPA), com o apoio do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH/MPPA), além de parcerias com instituições que atuam na promoção da justiça restaurativa e da equidade de gênero.>
Segundo o promotor Ronaldo Bastos, a proposta busca prevenir novas ocorrências de violência. “Punir é importante, mas prevenir é essencial. Queremos que esses homens compreendam o impacto de seus atos, rompam com padrões tóxicos e se tornem propagadores de uma cultura de respeito às mulheres em suas comunidades”, destacou.>
Como vai funcionar o grupo>
Os encontros do grupo serão quinzenais, conduzidos por uma equipe técnica interdisciplinar, com duração de seis meses por ciclo, totalizando no mínimo 12 encontros. Cada sessão terá cerca de 60 minutos e contará com a participação direta do promotor de Justiça. O grupo será composto por homens encaminhados judicialmente, em razão de medidas protetivas deferidas pelo Poder Judiciário, e por participantes espontâneos.>
Durante os encontros, os participantes discutirão temas como masculinidades, comunicação não violenta, ciclo da violência, paternidade responsável, relações de poder e igualdade de gênero. A seleção dos integrantes observará critérios de viabilidade e adequação, podendo incluir entrevistas prévias para avaliar condições psíquicas e comportamentais dos candidatos.>
A implantação do grupo também contribui diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 5) da Agenda 2030 da ONU, promovendo relações mais justas, saudáveis e seguras entre homens e mulheres.>
“Não se trata apenas de responsabilizar o agressor, mas de oferecer ferramentas para que ele não volte a cometer atos violentos e compreenda seu papel na sociedade. Formar homens conscientes é também proteger mulheres e crianças”, enfatizou o promotor.>
A previsão é de que o primeiro ciclo do grupo inicie ainda no primeiro semestre de 2025, com ações articuladas à rede de atendimento à mulher e à comunidade local.>
Com informações de MPPA.>