Médico com registro cassado há 10 anos é preso pela terceira vez em Belém; entenda o caso

Por meio da “Operação Nascituro”, o médico é investigado pelos crimes de prática de aborto, exercício ilegal da medicina e venda de medicamentos vencidos.

Imagem de perfil de Silmara Lima

Silmara Lima

Reporter / [email protected]

Publicado em 28 de abril de 2025 às 09:01

O médico foi preso pela terceira vez nesta sexta-feira (25), em Belém.
O médico foi preso pela terceira vez nesta sexta-feira (25), em Belém. Crédito: Reprodução/Redes Sociais

O médico Arlindo de Aquino Pedrosa, foi preso pela terceira vez nesta sexta-feira (25), na Clínica Pro-Matre, a mesma clínica considerada ilegal, interditada pela Vigilância Sanitária. A clínica clandestina fica localizada na Avenida Pedro Álvares Cabral, bairro da Marambaia, em Belém, e o médico, que tem registro cassado há dez anos, ainda atuava no local, que estava em pleno funcionamento no ato da operação da polícia.

Por meio da “Operação Nascituro”, Arlindo é investigado pelos crimes de prática de aborto, exercício ilegal da medicina e venda de medicamentos vencidos. Dessa vez, Arlindo vai responder por “divulgação de conteúdo que continha cena de sexo explícito ou pornográfico envolvendo criança ou adolescente”, conforme boletim da Polícia Civil. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de Belém informou que a clínica permanece interditada.

“Até o momento, não foi apresentado qualquer documento pela clínica que justifique ou autorize a retomada de seu funcionamento. Ressaltamos que não houve emissão de nenhum documento por parte da Vigilância Sanitária que permita a reabertura do estabelecimento”, disse a nota.

1ª Prisão

A primeira prisão do falso médico ocorreu no dia 18 de março deste ano, pelos crimes de exercício ilegal da medicina e tentativa de aborto provocado por terceiros, na clínica onde ele era o proprietário. No cumprimento do mandado de busca e apreensão na clínica, os agentes encontraram três mulheres à espera de atendimento. No mesmo dia, o suspeito foi solto por ordem da Justiça do Pará. O juiz Procion Barreto da Rocha Klautau Filho, determinou que ele respondesse o processo em liberdade e estabeleceu que o médico deveria realizar:

* Recolhimento domiciliar noturno, das 20hs às 06hs, bem como aos finais de semana e feriados;

* Comparecimento mensal ao juiz, a fim de declarar suas atividades e assinar caderneta de frequência;

* Comunicar à Justiça qualquer mudança de seu endereço residencial;

* Monitoramento eletrônico.

Na ocasião, o Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM) informou que o médico tinha o registro cassado pelo CRM há dez anos, e a nota foi confirmada pelo Conselho Federal de Medicina.

2ª prisão

Na segunda prisão de Arlindo, a clínica clandestina foi interditada após médico ser flagrado com remédios vencidos, no dia 21 de março. Técnicos da Vigilância Sanitária municipal de saúde fiscalizaram a clínica e detectaram irregularidades no armazenamento de medicamentos, além de muitos vencidos. No local, havia uma caixa de remédio com vencimento de validade há 11 anos.