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Publicado em 26 de abril de 2025 às 15:38
Conhece alguém que já apresentou os seguintes sinais: cansaço, febre, calafrios, dor de cabeça, dor no corpo, ínguas, bolhas ou feridas na pele? Pode ser a manifestação da mpox, conhecida também como “Varíola do macaco”, doença viral transmitida de pessoa para pessoa. Nesta sexta-feira (25), a Prefeitura de Belém confirmou a morte do cantor paraense Gutto Xibatada, de 39 anos, por complicações causadas pela mpox.>
Segundo informações de familiares, Gutto estava doente há de um mês, e mesmo com os sintomas da doença, chegou a viajar para o Rio de Janeiro e para a Bahia, para cumprir agenda de shows, e no seu retorno a Belém, buscou atendimento médico.>
Após sua consulta, Gutto foi orientado a manter isolamento domiciliar, realizando tratamento com medicação. Ainda segundo a família, o cantor não relatou a gravidade da doença e com o passar dos dias, as lesões se espalharam tanto que começaram a afetar os pulmões, a fala, a visão e o tato.>
Com o quadro clínico agravado, no dia 22 de abril, por volta das 9h, após atendimento de agentes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ele foi encaminhado para o Hospital Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, vindo a óbito no mesmo dia, por volta das 17h.>
Como ocorre a transmissão?>
A transmissão da mpox ocorre por contato (beijos, abraços, relação sexual) com secreções infectadas das vias respiratórias, feridas ou bolhas na pele da pessoa infectada; e também com o compartilhamento de objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão.>
Está com algum sinal de mpox? Procure uma unidade de saúde para confirmação da doença por meio de exame laboratorial e para o tratamento adequado.>
IMPORTANTE! Para casos suspeitos, evite o contato próximo com outras pessoas até o desaparecimento dos sintomas. A recomendação é fazer isolamento imediato e não compartilhar objetos e material de uso pessoal, como toalhas e roupas de cama, por exemplo.>
Qual o tratamento?>
Não há tratamento específico para a infecção pelo vírus da mpox. A atenção médica é usada para aliviar dores e demais sintomas e prevenir sequelas em longo prazo.>
Fique atento à piora dos sintomas ou aumento da quantidade de bolhas e feridas no corpo, além de problemas nos olhos, como inchaço e conjuntivite.>
Combate à desinformação>
É falsa a narrativa que associa a mpox como efeito colateral de vacinas contra a covid-19. A infecção por mpox é causada por um vírus e não um efeito colateral de imunizantes. Repasse para os amigos e para a família que não existe a possibilidade de contrair a mpox, infecção viral, por meio da vacinação. Vacinas são seguras e criadas para combater e prevenir doenças.>
Em caso de suspeita da doença, é muito importante procurar imediatamente uma unidade de saúde e evitar o contato com outras pessoas. Confira abaixo a situação epidemiológica do Brasil, as formas de prevenção e como é feito o tratamento para a doença.>
Mpox e Brasil>
De acordo com o Ministério da Saúde, até 30 de janeiro de 2024, foram registradas 57.333 notificações para mpox. Destas, 11.212 (19,6%) casos foram confirmados e 425 (0,7%) são classificados como prováveis. De 1º de junho de 2022 a 30 de janeiro de 2024, o estado de São Paulo aparece como o estado com o maior número de casos confirmados: 4.356 (37,4%), seguido do Rio de Janeiro, com 1.610 (13,8%).>
Até o primeiro mês deste ano, foram relatados 16 óbitos por mpox no Brasil, sendo 5 no Rio de Janeiro, 4 em Minas Gerais, 3 em São Paulo, 1 em Mato Grosso, 1 no Maranhão, 1 em Santa Catarina e 1 no Pará. A média de idade das pessoas infectadas pelo vírus é de 31 anos, atingindo predominantemente o sexo masculino.>
Embora o cenário regional mostre a necessidade de manter a vigilância de novos casos de mpox no país, o panorama atual não caracteriza surto. O objetivo é interromper a transmissão da doença entre as pessoas, com foco prioritário em grupos de alto risco de exposição ao vírus, com medidas efetivas de saúde pública.>
Vale o alerta! Qualquer pessoa pode apresentar os sintomas.>
Mudança de nome>
A doença mpox ficou popularmente conhecida como varíola do macaco. Em maio de 2022, a Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr) publicou um informativo sobre o surto da doença em humanos ocorrido naquele ano, com o seguinte trecho: “O atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. Todas as transmissões identificadas até o momento pelas agências de saúde no mundo foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas”.>
Segundo a SBPr, apesar do vírus receber a nomenclatura de varíola dos macacos, a doença não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. Todas as transmissões identificadas pelas agências de saúde no mundo foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas>
No mesmo ano, a OMS designou o uso do termo Mpox, no lugar de varíola dos macacos (monkeypox). A necessidade de mudança do nome ficou ainda mais evidente quando, em algumas regiões do Brasil, a população, preocupada com o contágio, associou a doença ao animal, entendendo que o primata era o transmissor do vírus. Foram registrados ataques aos animais, como agressões, afugentamento e até mortes.>
A OMS, conforme o processo de atualização da Classificação Internacional de Doenças (CID), realizou consultas para reunir opiniões de diversos especialistas, além de países e do público em geral, que foram convidados a enviar sugestões de novos nomes. Com base nessas consultas e em outras discussões técnicas, ficou definido o uso da nomenclatura mpox.>