Publicado em 28 de agosto de 2024 às 13:09
Temperaturas extremas, que chegaram a 39°C em algumas regiões e a alta concentração de micropartículas PM2.5, resultantes dos incêndios, estão gerando risco à saúde pública brasileira, segundo relatório divulgado pela Climate Central (“Extreme Heat and Fires Linked to Climate Change in Brazil”). Belém é uma das capitais do Brasil afetadas por essa onda de calor que deve durar até setembro.
Em 20 de agosto, a concentração dessas partículas nocivas atingiu níveis 11 vezes superiores às recomendações da Organização Mundial da Saúde, afetando a qualidade do ar e contribuindo para um aumento significativo de casos de asma, pneumonia e sinusite.
Segundo os pesquisadores, mais de 60 milhões de pessoas no Brasil enfrentaram temperaturas extremas entre os dias 22 e 25 de agosto, enquanto incêndios devastadores continuam a destruir ecossistemas florestais e zonas úmidas, afetando a saúde e perturbando a vida cotidiana.
O Portal Roma News conversou com a pesquisadora do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Andreia Ramos, que explicou que devido o período de estiagem, onde chove menos no Pará, o calor se potencializa e o clima fica ainda mais abafado.
Ainda de acordo com Andreia, o calor potencializa a condição para as queimadas, por conta do foco, o fogo pode se expandir. Com o período de estiagem prolongado, com quase 3 meses sem chuvas contínuas, há um alerta para as altas temperaturas que devem atingir o nível 5 no Climate Shift Index (CSI) em Belém.
Um nível 5 no CSI indica que as mudanças climáticas causadas pelo homem tornaram esse calor extremo pelo menos 5 vezes provável, significando um evento excepcional de mudança climática.