Policiais militares são presos por extorsão a madeireiros, no Pará

Grupo investigado era composto por mais cinco pessoas além dos militares

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Silmara Lima

Reporter / silmara.voz@gmail.com

Publicado em 4 de abril de 2025 às 09:53

A população esteve na delegacia pedindo punição para os criminosos. 
A população esteve na delegacia pedindo punição para os criminosos.  Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Um clima tenso entre um grupo de pessoas, acompanhadas de dois policiais militares, em discussão com empresários e moradores de Moraes de Almeida, distrito de Itaituba, no sudeste paraense, tomou conta de uma madeireira, na manhã desta quinta-feira (03), resultando na prisão de sete pessoas. Duas delas são policiais militares.

O grupo, que se identificou como membros de um ONG que daria suporte para as operações do IBAMA na região, foi flagrado retirando madeira do local. O proprietário da madeireira, com a ajuda de funcionários e moradores da região, pediu que eles apresentassem documentos de identificação e mandado de apreensão das madeiras, porém, sem identificação oficial da organização, o grupo não apresentou documentos legais que autorizassem a operação para o desmanche da serraria. Diante da falta de transparência, a situação gerou revolta na comunidade e resultou na intervenção policial.

Moradores da comunidade relatam que, dias antes, uma pessoa do mesmo grupo levou a importância de R$ 300 mil reais, alegando que o IBAMA não faria mais fiscalização na região. Nesta quinta (03), eles retornaram e exigiram a quantia de R$ 500 mil reais, a exigência, comoveu os moradores que revidaram a proposta e exigiram identificação e percebendo a ilegalidade da ação acionaram a Policia Civil.

Segundo informações da Policia Civil, o grupo de sete pessoas foi preso e encaminhado para delegacia do município, para procedimentos cabíveis. Com eles foram apreendidas as armas de fogo, que estavam com os integrantes do grupo no momento da prisão.

Ainda segundo a PC, o grupo alegou ser de Belterra e não apresentou os documentos que aparava a legalidade da operação e a identificação da organização não governamental (ONG), a qual diziam ser. Inicialmente, eles apontaram que os documentos seriam digitais e que precisavam de acesso à internet para acessar pelo celular. Ao chegarem na delegacia, tendo acesso à internet, não apresentaram os documentos, o que os levou a permanecerem detidos.

Informações apontam que o grupo realizou a mesma operação no município de Uruará. Outras pessoas que faziam parte do grupo de extorsão estavam em um hotel da cidade, e ao tomarem conhecimento da situação, fugiram do hotel. O delegado pediu a prisão dos 7 entre eles um sargento da PM, um policial carcereiro, e os outros cinco ainda não tiveram a identidade revelada. Os PMs que escoltavam o grupo são da corporação de Novo Progresso e serão transferidos para o presídio de Itaituba.

A população esteve na delegacia pedindo punição para os criminosos. Segundo eles, o distrito não tem corporação suficiente para dar segurança aos moradores da comunidade, relatando que já foi solicitado reforço policial à Polícia Militar de Itaituba, e eles esperam que realmente chegue até eles.