Projetos que estimulam o uso de bicicletas em Belém ganham prêmios nacionais

Os projetos premiados são o projeto “Bicicletas Douradas”, que implantou um sistema de bikes compartilhadas na Ilha de Cotijuba; e o “Perifa na Pista”.

Publicado em 5 de setembro de 2024 às 14:07

A premiação acontece nesta quinta-feira, 5, no DF.
A premiação acontece nesta quinta-feira, 5, no DF. Crédito: Divulgação

Nesta quinta-feira, 5, ocorre a premiação de dois projetos do Pará em um dos maiores eventos de mobilidade ativa do Brasil. O coletivo Paráciclo, dedicado à difusão da cultura do ciclismo e à defesa de políticas públicas de transporte ativo na Amazônia, recebe o reconhecimento no 13º Fórum Mundial da Bicicleta e 11º Bicicultura, eventos que acontecem paralelamente na Universidade de Brasília (UnB), no Distrito Federal.

Os projetos premiados são o projeto “Bicicletas Douradas”, que implantou um sistema de bikes compartilhadas na Ilha de Cotijuba; e o “Perifa na Pista”, voltado ao empoderamento de mulheres ciclistas que vivem em territórios de baixa renda da Grande Belém.

O Fórum Mundial da Bicicleta e o Bicicultura 2024 é organizado pela Associação Rodas da Paz, organização de cicloativismo com 21 anos de atuação no Distrito Federal, e tem como objetivo celebrar e discutir a mobilidade ciclística como alternativa ao automóvel num contexto de crise climática. Além de cicloativistas do Brasil, também participam da atividade grupos Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Chile.

Conheça os projetos premiados: 

Bicicletas Douradas
Em parceria com a comunidade ribeirinha da ilha de Cotijuba, região insular de Belém, o Paráciclo implantou, em dezembro de 2023, um sistema comunitário de bicicletas compartilhadas.

O nome do projeto celebra a força Tupinambá de Cotijuba, já que a etnia indígena foi a primeira a habitar a ilha. Na língua tupi, Cotijuba significa trilha dourada ou caminho dourado, por causa da cor do solo que marca o território.

Cotijuba foi escolhida para a implantação do projeto já que, por ser uma área de preservação ambiental, é proibida por lei a presença de carros, o que culmina na falta de transporte público na ilha. Em Cotijuba, vivem cerca de 10 mil moradores, que precisam se deslocar muito tempo a pé ou gastam com transporte de moto, motorretes ou dependem do único bonde que serve a ilha.

Periferia na Pista

A bike é um meio de transporte fundamental na periferia da Amazônia. No corre do dia a dia, a magrela ajuda demais por ser de baixo custo e estar sempre disponível – diferente dos ônibus, que custam caro e sempre estão em falta nos subúrbios da cidade.

Seja pra atravessar distâncias e cruzar a cidade pra trabalhar no centro; seja para resolver o dia a dia, ir à feira, pegar as crianças na escola: a bike está sempre a postos. E a mulherada sabe bem a importância da bicicleta nesses corres.

Para fortalecer o uso da bike em território de baixa renda e empoderar mulheres no pedal, nasce o Perifa na Pista. O projeto levou para o bairro Águas Lindas, entre Belém e Ananindeua, rodas de conversa sobre o direito Das mulheres à cidade, sobre o código brasileiro de trânsito e sobre a importância da bike como meio de transporte saudável para o corpo e para o meio ambiente.