Publicado em 10 de abril de 2025 às 15:21
Na madrugada desta quinta-feira (10), a sede da escola de samba Deixa Falar, localizada há mais de 30 anos na Travessa Cesário Alvim, no bairro da Cidade Velha, em Belém, foi alvo de uma operação envolvendo agentes da Polícia Civil e um grupo de pessoas não identificadas. A diretoria da agremiação denuncia que a ação ocorreu sem a apresentação de qualquer mandado judicial.>
De acordo com a escola, os agentes chegaram ao local em viaturas descaracterizadas, sem placas visíveis, e acompanharam uma equipe que portava materiais de construção. Segundo relatos da diretoria, parte das instalações da sede foi depredada e demolida. A escola afirma ainda que os agentes impediram qualquer tentativa de reação por parte dos representantes legais da instituição.>
A presidência da Deixa Falar alega que não houve apresentação de ordem judicial de reintegração de posse. Membros da comunidade carnavalesca e moradores da região classificaram a ação como abrupta e reclamaram da ausência de diálogo ou aviso prévio.>
A Deixa Falar é uma das escolas mais tradicionais do carnaval de Belém, tendo conquistado o 4º lugar no desfile deste ano. Recentemente, ganhou destaque nacional ao vencer o Festival de Samba Enredo promovido pela escola Grande Rio, no Rio de Janeiro, com uma homenagem ao estado do Pará.>
Em nota, o presidente da agremiação, Esmael Tavares, lamentou o ocorrido: “É uma violência contra a cultura popular, contra a história da nossa cidade e contra uma instituição que vem promovendo arte, inclusão e cidadania há mais de três décadas”.>
O grupo das Escolas de Samba Associadas (ESA) também se manifestou, colocando seu departamento jurídico à disposição da Deixa Falar. O presidente da entidade, Fernando Guga, classificou o episódio como grave e questionou a legalidade da operação: “É absurdo que autoridades apoiem uma ação sem a apresentação de qualquer documento que a legitime. Entendemos que houve apoio institucional a uma possível invasão de terra”, declarou.>
A reportagem do Roma News entrou em contato com a Polícia Civil do Pará para obter esclarecimentos sobre a operação e aguardamos o retorno.>