'Não sabia que ela era trans', afirma suspeito de matar mulher em motel de Ananindeua

Yago Roger passou por uma audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (03).

Publicado em 3 de março de 2025 às 14:09

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Suspeito de matar a facadas Paola Bratcho, Yago Roger Barreira da Costa, 32, afirmou na tarde desta segunda-feira (03), durante depoimento na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM), que não sabia que a influenciadora era uma mulher trans. 

Após prestar esclarecimentos à Justiça, Yago passou por uma audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada, conforme a decisão do Juíz André dos Santos Canto.

Em conversa com o Roma News, o advogado de defesa de Yago, Igor Bruno Silva de Miranda, disse que o suspeito conheceu Paola através de um aplicativo de relacionamento e marcou o encontro no Motel, sem nunca tê-la visto antes. "O Yago teve um único contato com a Paola, que culminou nesse fim trágico. Ele a encontrou através de um site. Paola chegou no motel por volta das 18h e consumiu drogas com ele no quarto", contou. 

O advogado disse ainda logo após o ocorrido, a influenciadora teria cobrado o valor do programa. Na ocasião, Yago teria dito que não tinha mais iria pedir o valor à esposa e amigos próximos. "Ela disse que custava R$ 200, o Yago não tinha mas iria pedir o pix. Segundo ele, Paola começou a se alterar, a ficar estressada, quando de repente sacou o canivete e desferiu alguns golpes. Foi aí que a luta corporal começou. Eles caíram ensanguentados e foi ele quem chamou a polícia", afirmou. 

Em relação a acusação de que ele teria fugido do hospital, a defesa de Yago relatou que ele não fugiu do Metropolitano, e nem recebeu ajuda da esposa, mas foi liberado para ir procurar atendimento em um hospital particular, pois tinha plano de saúde, e disse que Yago está a disposição da justiça. 

Noite do crime

Paola Bratcho foi assassinada na noite de sábado (01), dentro de um Motel localizado em Águas Lindas, Ananindeua. Ela recebeu vários golpes de uma arma branca, e teve o corpo encontrado dentro do banheiro do quarto.

Funcionários do estabelecimento afirmam que escutaram uma discussão entre ela e o lutador de MMA. A Polícia Civil informou que  no local foram encontrados indícios de luta corporal.

Paola teria recebido vários golpes e não resistiu aos ferimentos. Ela foi encontrada sem vida. Já Yago estava ensanguentado, com cortes profundos na perna e em outras partes do corpo. Ele foi levado em estado grave de saúde para o Hospital Metropolitano, em Ananindeua. 

O lutador de MMA foi preso em flagrante em um trabalho em conjunto entre a Delegacia Especializada da Mulher (DEAM) e Polícia Civil na tarde de domingo (2). 

Durante a defesa do suspeito, o Ministério Público acompanhado pela defesa chegou a pedir a concessão da liberdade provisória, sustentando que o investigado agiu em legítima defesa.  

Mas, a Justiça considerou haver indícios de desproporcionalidade na reação do lutador, que possui conhecimento técnico em artes marciais. Com base na gravidade do crime, o juiz decidiu converter a prisão em flagrante em preventiva, garantindo que Yago permaneça sob custódia até novas deliberações.

O caso segue sob investigação da Delegacia de Feminicídio, vinculada à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).