Usina Belo Monte completa cinco anos de operação plena no Pará

Localizada na região amazônica, a usina atende 10% da demanda do país, colabora na reserva nacional de energia e é fundamental em momentos de pico de consumo

Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 10:39

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Foto reprodução Crédito: Roney Vieira/Norte Energia

A maior hidrelétrica 100% brasileira completa cinco anos de operação plena em 2024. Com capacidade para atender 60 milhões de pessoas, a Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará, gera energia limpa e renovável, e é responsável pelo atendimento de 10% da demanda do país, além de atuar como bateria natural do sistema energético, ajudando na reserva nacional, independente de outras naturezas de gerações, e em momentos alta demanda de energia.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), embora os efeitos do El Niño tenham causado seca severa na região Norte, entre janeiro e junho de 2024, a usina produziu 6% (20.414 GWh) de toda a energia utilizada no Brasil, quantidade suficiente para abastecer os domicílios das regiões Norte e Centro-Oeste e mais o estado do Rio de Janeiro, durante o mesmo período. Além disso, a capacidade de produção de Belo Monte reduz a pressão sobre os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste e diminui a necessidade do acionamento de fontes de energia poluentes, evitando emissões de toneladas CO2 na atmosfera.

Localizada na região amazônica, a Usina Belo Monte é a hidrelétrica que menos emite no bioma, segundo pesquisa do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O estudo constatou que a usina é quinta mais eficiente do Brasil em termos de taxa de intensidade de gases poluentes e calcula que entre 5 e 10 anos, a área alagada do empreendimento apresente progressivamente emissões ainda menores.

Belo Monte - 
Belo Monte -  Crédito: Roney Vieira/Norte Energia

Belo Monte é essencial para segurança energética

Com a onda de calor recorde no Brasil esse ano, Belo Monte contribuiu nos momentos de pico de consumo nacional e chegou a atender, sozinha, 12% da energia elétrica necessária, o que equivale ao atendimento imediato de 60 milhões de pessoas.

"Está no centro do debate atual a importância das fontes de energia renováveis e limpas para alimentar os grandes centros urbanos, impulsionar a economia e assegurar o funcionamento dos serviços públicos essenciais sem prejudicar o meio ambiente. E a energia produzida por Belo Monte, além de renovável, vem garantindo essa segurança energética que o Brasil precisa”, avalia Paulo Roberto Pinto, presidente da Norte Energia, concessionária da Usina.

Responsabilidade socioeconômico

Para além da geração de energia limpa e renovável, a Norte Energia, concessionária de Belo Monte, atua como agente de desenvolvimento socioeconômico e sustentável no médio Xingu, onde a usina está inserida.

A hidrelétrica gera 1.700 empregos diretos e indiretos na região. Desde que começou a operar, Belo Monte pagou 1,07 bi de royalties e os investimentos em ações socioambientais representam R$ 8 bilhões. Para as comunidades indígenas, foi destinado R$ 1,2 bilhão. Como consequência das melhorias levadas pela usina, o percentual de moradores abaixo da linha de pobreza em Altamira, de 25%, em 2010, (Censo IBGE) caiu para 3%, em 2023.

Através dos projetos de reflorestamento no Médio Xingu, utilizando mão de obra local e gerando renda, a empresa restabeleceu 2,4 mil hectares de floresta amazônica, o que representa 3 mil campos de futebol. Até o momento, a empresa plantou 1,5 milhão de mudas nativas e a meta da companhia é plantar 5,5 milhões, recuperando 7,6 mil hectares até 2045.

A Norte Energia tem investido em uma série de iniciativas inovadoras. A empresa desenvolveu com a Universidade Federal do Pará (UFPA) o primeiro corredor verde da região amazônica, composto por dois ônibus e um catamarã elétricos, e agora está iniciando um projeto para desenvolver barcos elétricos de pequeno porte. O objetivo é para promover a mobilidade fluvial sustentável na Amazônia. Além de poluir, o combustível fóssil também compromete a renda das famílias ribeirinhas. Com esse olhar socioeconômico, a empresa pretende construir um barco elétrico com valor acessível e que contribua para a descarbonização dos rios.