Veja como foi a segunda noite dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de Belém

No sábado (15) foi a última noite dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de Belém. A festa continua no próximo final de semana com o desfile das escolas do primeiro grupo, segundo grupo e do grupo de avaliação.

Publicado em 16 de março de 2025 às 09:19

Ala das baianas da escola de Samba Bole-Bole do bairro do Guamá. 
Ala das baianas da escola de Samba Bole-Bole do bairro do Guamá.  Crédito: Agência Belém 

A noite de sábado (15) marcou o segundo e o último dia dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de Belém. A festa continua no próximo final de semana com o desfile das escolas do primeiro grupo, segundo grupo e do grupo de avaliação.  

A Agremiação Carnavalesca Boêmios da Vila Famosa abriu a segunda noite dos desfiles na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira. A escola de Icoaraci, que completa 50 anos de existência em 2025, levou para o corredor da folia o enredo "Sucupira: a Terra do Absurdo". Desenvolvido pelo carnavalesco Eduardo Wagner Nunes Chagas, o tema criticava a destruição do patrimônio histórico e do ambiente cultural, além da falta de conscientização sobre a importância do meio ambiente e da Amazônia.

Com o samba puxado pelo cantor Lukas Lima, cerca de 1000 brincantes, distribuídos em seis alas, três tripés e três carros alegóricos, evoluíram com animação na batida dos tambores da bateria do mestre Batata, com 180 componentes.

Na opinião dos foliões, a apresentação foi técnica e convincente perante os 32 jurados instalados em três módulos ao longo dos 700 metros da passarela do samba. Eles acreditam que terão boas notas nos 10 quesitos avaliados.

Apresentando o enredo "Rudá, a explosão do amor em defesa da Amazônia", a escola Acadêmicos de Samba da Pedreira foi a segunda agremiação carnavalesca a desfilar. Cerca de mil brincantes, divididos em 10 alas e três carros alegóricos, apresentaram na avenida a história da vida dos povos indígenas da família Tupi-Guarani e da divindade Rudá, que povoa as nuvens, sendo considerado o Deus do Amor.

Tanto as fantasias, quanto os carros alegóricos utilizaram materiais 100% recicláveis, que não agridem o meio e ainda poderão ser aproveitados no próximo ano.

Os componentes da escola soltaram a voz acompanhando o cantor Carlinhos Sabiá, que entoou o samba-enredo na cadência da bateria com 200 ritmistas comandados por mestre Kaká.

A Comissão de Frente chamou a atenção do público presentes nas arquibancadas e camarotes da Aldeia Amazônica, assim como as evoluções do casal Markus Lima e Luiza Silva, Mestre-Sala e Porta-Bandeira, que defenderam as cores da escola. As passistas também foram destaque

Às 23h30 o Império de Samba Quem São Eles entrou na avenida trazendo os elementos da natureza para enaltecer e defender a conservação da floresta amazônica. O "Quenzão" foi a terceira Escola de Samba do Grupo Especial a se apresentar. A agremiação carnavalesca pedia o fim do desmatamento e a salvação da Amazônia com o enredo "O Despertar da Floresta".

A escola do bairro do Umarizal evoluiu reunindo 1.500 brincantes, distribuídos por 12 alas e com 4 carros alegóricos. O público assimilou o enredo e cantou o samba, composto por João Bosco Ferreira e Vicente de Paulo e interpretado pelo cantor Vando Souza no embalo da bateria com 150 ritmistas sob a batuta do maestro Pedro Paulo.

A penúltima escola a desfilar foi Piratas da Batucada. Falar da musicalidade da Amazônia, primeiramente a que emerge com o canto dos pássaros, depois visitar as ancestralidades africana e indígena e arrematar com a música oriunda da periferia, como o tecnobrega e das aparelhagens sonoras. Foi com esse enfoque que a Escola de Samba apresentou o enredo "O Cantar Caboclo da Amazônia". Nema forte chuva que caiu na madrugada de domingo (16) foi capaz de impedir a energia e a vibração do público.

No corredor da folia, entrou com 1.200 brincantes distribuídos em doze alas e quatro carros alegóricos que retrataram o resgate da musicalidade amazônida, considerando os sons da natureza até a melodia produzida na periferia de Belém.

E para fechar a madrugada dos desfiles, em busca do tricampeonato, a Escola de Samba Bole-Bole do bairro do Guamá entrou na avenida com o enredo “Amazônia Ensolarada”, fazendo uma viagem no tempo para apresentar a visão dos ancestrais amazônidas sobre a maior floresta tropical do planeta.

A Bole-Bole entrou na passarela do samba com 1.300 brincantes em dez alas que desenvolveram o enredo, intercaladas por três carros alegóricos e um tripé. O samba-enredo, composto por Felipe Silva, Danilo Vetinho e Herivelton Martins e puxado pelo cantor Bruno Costa, contagiou a avenida, com arranjos originais executados pela bateria com 170 ritmistas.

A escola de samba é a atual campeã do Carnaval de Belém junto com a Embaixada de Samba do Império Pedreirense. Em 2024, as duas tiveram um empate na notas e levaram juntas o troféu de campeãs.