Publicado em 16 de abril de 2025 às 11:27
Nesta segunda-feira (14), uma onça jaguatirica que vivia ilegalmente em uma residência no município de Uruará, no sudoeste paraense, foi resgatada por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que explicam as circunstâncias do resgate. A apreensão ocorreu após denúncia de que a imagem do animal era usada para fins de monetização nas redes sociais.>
Nos vídeos publicados, o felino aparece em situações impróprias para um animal silvestre: no colo da influenciadora, deitado na cama, interagindo com cães, gatos, galinhas e até um cavalo, além de sendo alimentado com dieta inadequada à sua espécie. Os agentes do Ibama também constataram que os cães da fazenda apresentavam sinais de leishmaniose, doença que pode ser transmitida a felinos e humanos, com risco de morte.>
Durante a vistoria, a jaguatirica foi encontrada em cima de um guarda-roupa em um quarto da residência. O animal tinha livre acesso à casa, inclusive a áreas onde eram armazenados herbicidas, colocando sua saúde em risco.>
A jaguatirica foi encaminhada a um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama, onde passará por um processo de reabilitação antes de ser reintroduzida à natureza.>
A infratora foi autuada com multas que somam R$ 10 mil, com base na Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998), que proíbe a posse em cativeiro e a exploração de animais silvestres sem autorização legal. A influenciadora também foi notificada a retirar as imagens das redes sociais, com multa diária em caso de descumprimento.>
Ainda não se sabe a origem da jaguatirica. “O animal pode ter sido vítima da caça da mãe ou ela pode ter se ausentado para buscar alimento e ele foi subtraído do habitat, o que configura crime”, afirma o superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda de Souza. “Animais silvestres devem ser mantidos na natureza e não em contato com animais domésticos nem seres humanos. Só assim garantiremos a conservação dessas espécies”, conclui.>