Medicina ortomolecular faz sentido?

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A medicina ortomolecular trataria de levar condições ideais de nutrientes ao corpo humano para uma saúde adequada. O termo surgiu de um artigo do químico nobelista Linus Pauling em 1968, que sugeria doses altas de vitaminas para manter a saúde e curar doenças. Ele indicava e consumia doses altíssimas de vitamina C, assegurando que o seu consumo traria benefícios. O cientista tinha a confiança de que existiam concentrações “moleculares ótimas” de substâncias para o corpo humano. Dessas concentrações “moleculares” veio o termo ortomolecular usado hoje.

Apesar de Pauling ter ganhado o prêmio Nobel de química (com outro tema), suas ideias de concentrações ideais de vitaminas no corpo não tinham nenhum respaldo científico. Ainda hoje não existem evidências que suportem tais ideias. Embora tenha cometido esse deslize, ele se manteve muito produtivo durante a sua carreira científica. O grande problema foi que a ‘autoridade’ de Linus na ciência deu brecha para a indústria da suplementação, que se alavancou absurdamente. A ideia de suplementar para “aumentar a imunidade” com multivitamínicos, ainda paira no senso comum por conta da influência inicial do famoso cientista.

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Tomar vitaminas não melhora a saúde?

Vitaminas são essenciais para a nossa saúde, mas a verdade é que tomar vitaminas em cápsulas não aumentará sua imunidade e nem mesmo te manterá com concentrações ideais de nutrientes, exceto se você estiver com deficiência nutricional. Quem possui acesso a alimentação adequada, já consegue suprir a necessidade de vitaminas sem alternativas farmacológicas. Sabemos que de alternativas o mundo está cheio, agora se são boas alternativas, é outra história. A medicina é recheada de terapias alternativas, ditas não convencionais, que são mais conhecidas por pseudociência e papo furado – na maioria dos casos, como é o caso desta tal medicina ortomolecular.

Os “médicos ortomoleculares” adotam a ideia de que as vitaminas são antioxidantes e reduzem a quantidade de radicais livres no corpo. Assim, ajudam em diversos processos no nosso corpo e nos livram de doenças quando estão nas “doses corretas”. É bonito no discurso, mas é papo para vender! Já sabemos por meio de vários estudos ao longo do tempo, que a nossa alimentação já supre as possíveis deficiências nutricionais, salvo raros casos. Não há evidências que sustentem as ideias de upgrade de saúde por suplementação sem necessidade, tome cuidado com as propagandas.

O que dizem as evidências?

Bem, utilizam a terapia ortomolecular para vários tratar vários distúrbios e até recomendam a pessoas saudáveis, o que não faz sentido. Como se vitaminas fossem sanar toda e qualquer enfermidade… No fim das contas, aumentar a concentração de vitaminas ao invés de ajudar, pode atrapalhar nos processos fisiológicos do nosso corpo, nos fazendo mal. Vitaminas em excesso prejudicam a saúde, e tem nome pra isso, hipervitaminose. Não é recomendado se automedicar. Excesso de vitamina C, por exemplo, pode causar cálculo renal, de vitamina E pode causar distúrbios gastrointestinais e de vitamina D, hipercalcemia.

O próprio conselho de medicina diz que os termos “prática ortomolecular, biomolecular e assemelhados” não caracterizam especialidade médica nem área de atuação. Os tratamentos devem ser embasados pela ciência, e o “tratamento” da medicina ortomolecular é pseudociência. As evidências mostram que o emprego de algumas vitaminas e antioxidantes sem necessidade prévia pode causar diversos efeitos colaterais, e até provocar doenças como o câncer.

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