Antes de tudo é preciso esclarecer o seguinte: o objetivo do presente texto não é o de desabonar e/ou denegrir quem quer que seja; antes, é um alerta àqueles que, em situação de vulnerabilidade, deixam-se conduzir pelo desespero e pela esperança e terminam por dar com “os burros n’água”, como ensina a sabedoria popular.
Louvamos o trabalho da gente decente e competente que procura ajudar aqueles que estão iniciando na advocacia tributária. Eles estão espalhados pelas mídias sociais e fazem um trabalho que dignifica qualquer cidadão.
Repudiamos os pilantras que, sem qualquer disfarce, empreendem a desfaçatez como forma de vender mentiras e promessas que não correspondem à difícil realidade da vida de trabalho. Enganam os incautos à custa da mais legítima expectativa de crescimento profissional.
Outro dia, uma dessas criaturas publicou que aquele que aderisse ao seu programa de “mentoria” conseguiria fechar contratos em todas as semanas. Santo Deus! De certo a mentora vive em mundo paralelo, em um verdadeiro fausto, no esplendor da grandeza financeira, gastando dinheiro à tripa forra.
Considerando que o ano tem, pelo menos, 52 semanas, a pessoa detém 52 contratos anuais e…nenhum tempo para executar o serviço. Mentira deslavada, despida da vergonha mais ordinária.
A realidade da vida cotidiana é regada à sacrifício, frustrações e êxitos conquistados às duras penas e, infelizmente, os jovens advogados – até os mais velhos às vezes – não estão preparados para essa verdade fundamental.
Da parte deles, existe a aspiração genuína do sucesso e da estabilidade financeira e, na ânsia de alcança-la no dia seguinte, gastam tempo e dinheiro com gente ruim, de preparo e de caráter. Esse é um defeito dos que estão começando: querem o êxito imediato, sem as dores do trabalho. Não posso deixar de culpá-los, também, pela propagação de mentores irresponsáveis.
Sinceramente, gostaria de saber o que passa pela cabeça dos mentores que vendem os píncaros da glória. Chegam eles a arquitetar as mentiras que serão contadas com requintes de crueldade? É um ponto a ser refletido: o que leva alguém a montar um programa de insanidades? Fracasso pessoal? Eles mesmos são os desesperados por dinheiro, o que revelaria o caráter destrambelhado das suas próprias carreiras? Talvez a vontade de enganar por enganar, fazendo da mentira um instrumento de sadismo e prazer?
De se refletir..
