O padre cientista e o contato misterioso

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A origem da vida na Terra é um dos maiores mistérios da ciência, mesmo que tenhamos algumas boas hipóteses para o seu surgimento. Mas, considerando o universo, será que estamos sozinhos? O pensamento voa quando imaginamos isso… Então, imagine uma história que envolve um padre cientista, contato extraterrestre e cientistas que resolvem enigmas em meio a ciclos temporais, desenvolvendo novas tecnologias e tendo no encalço um vilão perverso e ganancioso. Confuso? Nada disso, essa é apenas uma parte do que traz o envolvente livro: “Pii, a Vida Improvável“.

Essa obra começa com um personagem real, o Padre brasileiro Landell de Moura. Muitos não sabem, mas ele foi pioneiro na comunicação de rádio e talvez o primeiro do mundo a realizar transmissões com essa tecnologia, mesmo com retaliação dos seus pares religiosos da época. Aqui, a realidade já se mistura com a ficção de forma bastante criativa. O padre recebe mensagens misteriosas, guarda esse segredo, mas logo decide treinar o seu discípulo fictício para continuar seu legado e desvendar mais detalhes dessa mensagem.

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Encontramos conflitos e conexões entre ciência e religião, crença e razão, e reflexões céticas sobre o mundo que nos cerca, e sobre as pessoas com as quais lidamos no dia a dia. Tudo isso é contrastado nesse livro. O autor Joseph Al Kharismi traz informações sobre locais e acontecimentos reais, inovando com uma ficção científica intimamente relacionada à realidade, o que nos faz sentir uma identificação ao ler e uma aproximação com os “personagens nerds” e suas vidas. Alguns exemplos são a passagem pelo radiotelescópio de Arecibo em Porto Rico e o Sinal Wow detectado em 1977, que levantaria suspeitas de comunicação extraterrestre. Essa aproximação é bem colocada, assim como fazia Carl Sagan, cientista, escritor e divulgador científico. Sagan, sem dúvidas, foi uma das inspirações para a obra. Seus ensinamentos estão na essência do livro, bem como as reflexões racionais, a imaginação e o ceticismo na medida.

O que falar dos personagens cientistas? Os cientistas trabalham juntos para resolver diversos problemas, não diferindo dos personagens do livro. Dentre os personagens cientistas, cito Aruna e Arthur. A indiana, doutora em astronomia, é especialista em um sistema composto por 3 estrelas, o mais próximo do nosso. Já Arthur, o biólogo inglês, resolveu enveredar pela área de física e astronomia, e junto de Aruna, atua desvendando estranhas mensagens estelares, enquanto tentam dispersar ameaças reais. Ao longo do livro, vemos referências a cientistas e divulgadores científicos como Frank Drake, Stephen Hawking, Carl Sagan, Richard Dawkins, Steve Pinker e por aí vai. Fascinante.

A ciência, sendo um empreendimento cooperativo, precisa do auxílio de diferentes mentes para progredir, derrubando o mito do cientista gênio que faz tudo sozinho. O livro traz justamente essa ideia, integrando cientistas competentes de diferentes áreas e nacionalidades para resolver problemas e desenvolver tecnologias nunca vistas, com uma pequena contradição, justificada pelo fato de não poderem compartilhar as informações, pois tudo poderia ir por água abaixo. Em mãos erradas, o que desvendaram poderia ser usado para fins escusos. A ignorância e a cobiça de poder são bem ilustradas por personagens e acontecimentos brutais que nos deixam de cara pela agressividade. Tempos conectados com a atualidade e um turbilhão de acontecimentos ameaçam a equipe, suas vidas e descobertas. Temos uma corrida alucinante, mas e os mensageiros? Não dá para parar de ler, é intenso.

Para saber mais, adquira o livro no link e confira o post do @rolecientifico no Instagram.

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