Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 01:30
Com a chegada de 2025, muitos brasileiros ainda se sentem confusos quanto às mudanças na Declaração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF). Entre as principais discussões, está o impacto do Pix e a veracidade de informações que circulam na internet. Por isso, é essencial separar os fatos das especulações e entender as nuances dessa obrigação fiscal, que afeta diretamente a vida financeira de milhões de contribuintes. >
De acordo com dados da Receita Federal publicados em dezembro de 2024, 78% dos contribuintes brasileiros utilizam o Pix para pagamentos e transferências. Apesar da popularidade da ferramenta, a Receita desmentiu que haja tributação específica ou monitoramento automático pelo uso do pagamento instantâneo brasileiro. Segundo o órgão, qualquer transação realizada por meio da plataforma segue os mesmos critérios das demais operações financeiras. >
“A desinformação sobre o Pix gera um impacto compreensivo na população, causando receio e confusão desnecessária entre os contribuintes. É preciso que as pessoas compreendam que o Pix é apenas mais um meio de pagamento, e não um elemento de risco adicional, desde que as declarações estejam em conformidade com a realidade financeira”, explica Marcello Marin, contador, administrador, mestre em governança corporativa e especialista em recuperação judicial. >
Nayhara Cardoso, head de direito tributário e previdenciário na RGL Advogados, pontua que a grande novidade para 2025 na DIRPF é a revisão das alíquotas e a ampliação da faixa de isenção. “A faixa de isenção passou de R$ 2.112 para R$ 2.640, beneficiando milhões de brasileiros. Essa mudança traz um alívio financeiro, especialmente para as famílias de baixa renda, que historicamente têm sofrido com a alta carga tributária. É um passo importante, mas ainda há muito a ser feito para simplificar e desonerar o sistema fiscal brasileiro”, destaca. >
Além disso, foi introduzido um sistema de pré-preenchimento da declaração , que promete agilizar o processo e minimizar erros. “Apesar de positivo, o avanço exige atenção do contribuinte na hora de validar as informações, a fim de evitar inconsistências que possam levar à malha fina. Mesmo com a tecnologia ajudando no processo, a responsabilidade final é sempre do declarante. Então, uma revisão cuidadosa e redobrada de cada dado é essencial para garantir uma entrega correta”, complementa a profissional. >
A seguir, Marcello Marin e Nayhara Cardoso listam 5 dicas importantes que ajudarão na hora de fazer a Declaração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Confira! >
É importante se atentar aos valores movimentados e declarados. “O Pix não é um fator de risco por si só, mas pode ser utilizado pela Receita como parte da análise global do perfil financeiro do contribuinte. Não é sobre o meio de pagamento, e sim sobre a coerência das informações declaradas. Se há discrepâncias significativas entre os valores movimentados e os declarados, isso pode acender um alerta para o órgão fiscalizador”, esclarece Marcello Marin. >
Com a tecnologia, está mais fácil para a Receita Federal identificar erros na declaração. Por isso, é importante tomar cuidado. “A Receita Federal tem intensificado o uso de inteligência artificial e big data para identificar padrões incomuns e potenciais fraudes. Isso significa que movimentações atípicas ou inconsistências , mesmo que pequenas, podem chamar atenção. Portanto, é essencial entender como esses sistemas funcionam e evitar declarações imprecisas ou incompletas”, orienta Nayhara Cardoso. >
A organização pode fazer grande diferença na hora de fazer a Declaração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. “Não espere até o período da declaração para reunir documentos e informações. Manter registros organizados de receitas, despesas e investimentos ao longo do ano facilita a declaração e reduz o risco de erros. Essa prática também ajuda no planejamento financeiro”, afirma Marcello Marin. >
Outro cuidado importante está relacionado aos rendimentos não tributáveis. “Em 2025, há um foco maior na declaração de rendimentos não tributáveis, como doações e indenizações. É importante que esses valores sejam devidamente justificados e documentados, especialmente em situações de maior valor, para evitar questionamentos futuros”, reforça Nayhara Cardoso. >
Esteja atento à tributação sobre os investimentos. “Com o aumento de brasileiros investindo em ativos como NFTs e startups, é fundamental entender as regras de tributação desses produtos. Apesar de não serem amplamente explorados pela mídia, são áreas em que a Receita tem mostrado interesse crescente e podem gerar dúvidas para os contribuintes”, diz Marcello Marin. >
Perante a disseminação de fake news e mudanças significativas nas regras fiscais, o contribuinte precisa estar bem informado para evitar erros e penalidades. “A Declaração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física deve ser encarada como uma oportunidade de organizar as finanças e estar em conformidade com a lei. Informação e planejamento são fundamentais para evitar problemas e aproveitar os benefícios disponíveis”, conclui Nayhara Cardoso. >