Publicado em 6 de novembro de 2024 às 09:11
Após vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, divulgada nesta quarta-feira, 6, o dólar registra valorização, provocando um aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, diante da expectativa de que suas políticas mantenham as taxas de juros americanas em patamares elevados. Com o aumento nos rendimentos dos títulos, investidores enxergam maiores retornos e movimentam capital para os EUA.
O dólar registra disparada, movimento que já acontecia mais cedo contra todas as principais moedas asiáticas, quando a disputa ainda estava aberta. O fortalecimento do dólar foi impulsionado pela venda generalizada no mercado de títulos, enquanto operadores ajustavam as probabilidade. Trump prometeu cortar impostos e impor tarifas sobre importações, o que aumentaria as pressões inflacionárias e poderia frear o ritmo de cortes nas taxas de juros do Federal Reserve.
“As propostas de Trump para tarifas e cortes de impostos devem resultar em maior inflação e déficits, o que provavelmente implicaria em rendimentos mais altos para os títulos de longo prazo”, disse Priya Misra, gerente de portfólio da JPMorgan Investment Management.
A valorização do dólar pressionou moedas globais, enfraquecendo o euro, o iene, o dólar australiano e o franco suíço em pelo menos 1%, enquanto o peso mexicano recuou cerca de 3%. Mais cedo, o Bloomberg Dollar Spot Index subiu 1,2%, após um ganho máximo de 1,6% mais cedo. Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos subiram 15 pontos-base, para 4,44%.
A intensa disputa eleitoral elevou a volatilidade dos mercados, com fundos hedge e outros operadores entrando em posições conhecidas como “Trump trades” — apostando contra títulos dos EUA ou o peso mexicano — ao longo de outubro. Os movimentos foram parcialmente reduzidos na última semana, quando Kamala Harris começou a apresentar bom desempenho nas pesquisas na reta final.
Até 29 de outubro, fundos hedge e outros especuladores mantinham cerca de US$ 17,8 bilhões em posições de compra no dólar, impulsionados pela busca de ativos de refúgio. Esses dados foram divulgados pela Commodity Futures Trading Commission e compilados pela Bloomberg.