Publicado em 21 de março de 2025 às 11:53
O professor e mestre em finanças, Luiz Paulo, comenta que o empréstimo consignado para trabalhadores com carteira assinada, liberado pelo governo federal nesta sexta-feira (21), é vantajoso para o trabalhador, no entanto, ele destaca que depende de alguns cenários. Vale ressaltar que o crédito será descontado diretamente na folha de pagamento dos funcionários.>
Em entrevista ao Roma News, o especialista reforça que o principal benefício dessa modalidade é que as taxas de juros tendem a ser menores, além disso, a pessoa vai poder colocar o FGTS como garantia. O governo estruturou o projeto em formato de "leilão", ou seja, os bancos vão "brigar" para captar clientes no mercado com a menor taxa possível. "Provavelmente um banco vai disponibilizar uma taxa, outro banco vai disponibilizar outra taxa, talvez menor, e assim sucessivamente", explica Luiz Paulo.
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É vantagem pedir o empréstimo consignado para quem trabalha como CLT?
O mestre em finanças afirma que é viável, sim. No entanto, é preciso ter muita cautela com esse tipo de oportunidade.>
O empréstimo é vantajoso em algumas situações como:
- Quitar dívidas altas. Ex: cheque-especial, cartão de crédito, ou até mesmo outro empréstimo com juros altíssimos.
- Investir em cursos profissionalizantes para melhorar a qualidade de vida.
- Criar empreendimentos que gerem retornos financeiros.
Mas o especialista reforça: "se o trabalhador já tem um orçamento apertado com muitos contas a pagar, não vale a pena pegar o empréstimo, ainda que a taxa de juros seja menor", alerta o especialista.>
Mas ao CLT que pedir o empréstimo, tem como virar uma "bola de neve" ?
O mestre em finanças afirma que se não houver um bom planejamento, há risco do trabalhador se complicar ainda mais após o empréstimo e lista alguns riscos:
1. Comprometimento do FGTS: em caso de demissão, sem justa causa, parte desse valor que o trabalhador iria receber, ele não recebe mais.
2. Novos empréstimos: para uma pessoa já endividada em função contas atrasadas, ou empréstimos anteriores, um novo empréstimo sem resolver uma "causa raiz", pode virar uma grande bola de neve. Sobre "resolver causa raiz", Luiz Paulo explica que é sobre pegar este empréstimo com juros baixos para quitar uma dívida com juros atos e ter um folego financeiro.
3. Não ter controle financeiro: o descontrole nas finanças traz, segundo o especialista, a sensação do "alívio temporário". O trabalhador pega um empréstimo como o Crédito do Trabalhador, paga uma dívida de cartão de crédito, e ao ter o crédito liberado, faz com que a pessoa gaste novamente, tendo o risco de se endividar outra vez.>
O Crédito do Trabalhador oferece os empréstimos com juros zerados. Mas como funciona os juros zerados?
O professor destaca que esse programa reduz em até 52% a taxa de juros. Essa porcentagem é muito menor comparado com o que o mercado pratica. O motivo dessa redução é pelo acesso de até 10% do FGTS e até 40% da multa rescisória do empregado, evitando risco de inadimplência em caso de demissão.
No entanto, Luiz Paulo ressalta e alerta que pelo juros ser menor, não quer dizer que o crédito seja gratuito.
"Toda e qualquer linha de crédito tem que ter uma taxa de juros. Esse por ser um programa do governo tende a ser menor, mas o contratante ainda vai pagar a mais do que ele emprestou sim", explica.>
O desconto das parcelas será na folha de salários, mensalmente pelo eSocial, o que permitirá que as taxas de juros sejam inferiores às praticadas atualmente no consignado por convênio. Após a contratação, o trabalhador acompanha mês a mês as atualizações do pagamento das parcelas.
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