Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 15:37
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda prevê que a inflação em 2025 se manterá estável em relação ao ano anterior, com uma variação de 4,8% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O percentual, no entanto, segue acima do teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%.>
Segundo a pasta, a inflação dos alimentos, que pressionou o índice em 2024, deve apresentar um alívio neste ano. Os preços das carnes, por exemplo, tendem a desacelerar até o fim de 2025, já que o impacto da reversão no ciclo de abate do gado será menor e as exportações avançarão de forma mais equilibrada. Além disso, itens como arroz, feijão, alimentos in natura e derivados de soja e leite devem ter um cenário mais favorável, refletindo as boas perspectivas para o clima e a produção agrícola.>
No entanto, os preços do trigo e seus derivados devem continuar subindo, devido à baixa colheita registrada no ano passado.>
Alimentação e bebidas: do alívio à preocupação>
Em 2024, a inflação dos alimentos disparou, saindo de uma queda de −0,5% em 2023 para uma alta de 8,2%. Carnes, leite e café foram os principais responsáveis por esse avanço, impulsionados por fatores como o aumento das exportações, restrições na oferta e problemas climáticos que afetaram colheitas.>
O leite, por exemplo, teve preços elevados devido à estiagem em regiões produtoras, que prejudicou a qualidade das pastagens. Já o café sofreu impacto direto de queimadas e secas.>
Para 2025, a projeção da Fazenda é que esses produtos apresentem uma trajetória de preços mais moderada, ajudando a conter a inflação geral.>
Inflação de janeiro: menor taxa para o mês desde 1994>
O primeiro mês de 2025 trouxe um sinal positivo para a inflação. Segundo dados divulgados nesta semana, o IPCA de janeiro foi de 0,16%, a menor taxa para o mês desde 1994, ano da implantação do Plano Real. O número representa um recuo de 0,36 ponto percentual em relação a dezembro de 2024, quando a inflação ficou em 0,52%.>
O Brasil, no entanto, ainda acumula uma inflação de 4,56% nos últimos 12 meses, permanecendo acima do teto da meta estipulada para este ano.>
Os principais impactos no índice de janeiro vieram da energia elétrica residencial, que teve uma redução expressiva de 14,21%. Por outro lado, o grupo Transportes avançou 1,30% e o setor de Alimentação e Bebidas subiu pelo quinto mês consecutivo, com alta de 0,96%.>
Perspectivas para 2025>
A estabilidade projetada para a inflação em 2025 sugere um cenário de maior previsibilidade econômica, mas ainda com desafios para o controle de preços. O governo deve continuar monitorando fatores externos, como a cotação do dólar e a demanda global.>