Reporter / [email protected]
Publicado em 25 de março de 2025 às 12:37
Números apresentados pelo estudo Impactos econômicos de investimento em bioeconomia, realizado no Pará, mostram que um investimento de R$ 720 milhões em 13 cadeias da bioeconomia do Pará pode impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) do estado em R$ 816 milhões, aumentar a arrecadação fiscal em R$ 44 milhões e gerar 6,6 mil empregos, com uma massa salarial de R$ 135 milhões.>
No estudo, foram identificados entre R$ 1,7 bilhão e R$ 1,8 bilhão em recursos captados, em negociação ou com potencial de captação para ações climáticas no Pará, sendo aproximadamente R$ 720 milhões direcionáveis à bioeconomia, chegando a conclusão de que esse montante já pode estar a caminho.>
O estudo analisou 13 produtos da bioeconomia, incluindo açaí, castanha-do-pará, borracha de seringueira, mel de abelhas nativas e cupuaçu, destacando, ainda, que a bioeconomia favorece populações indígenas, quilombolas, agricultores familiares e pequenos empreendedores urbanos, grupos que historicamente enfrentam desafios no acesso a oportunidades econômicas.>
Os pesquisadores calcularam que cada R$ 1,00 investido na bioeconomia pode gerar R$ 1,13 no PIB, R$ 0,19 em massa salarial e R$ 0,06 em impostos indiretos. A partir da lógica setorial, cada R$ 1,00 investido na produção de matéria-prima da bioeconomia geram-se R$ 1,14; se o investimento for na industrialização de produtos, são retornados R$ 1,27; e finalmente, na comercialização o efeito multiplicador seria de R$ 1,40 por real investido.>
O estudo identificou obstáculos na infraestrutura logística e na comercialização dos produtos dessas 13 cadeias da bioeconomia, que demandam investimentos privados e políticas públicas para serem superados. A falta de um ambiente regulatório adequado às cadeias produtivas da sociobiodiversidade e os impactos de projetos voltados para exportação, que podem prejudicar territórios e comunidades tradicionais, são exemplos desses desafios.>
Os autores do estudo defendem a necessidade de avançar em políticas de incentivo, mecanismos de rastreabilidade e acesso ao crédito para pequenos produtores. Além disso, enfatizam a importância de garantir uma distribuição justa dos benefícios gerados pelas atividades da bioeconomia nos diversos setores em que ela se insere, uma vez definida uma agenda de investimentos para potencializar a sociobiodiversidade.>
Com a COP 30, em Belém em 2025, batendo na porta é fundamental ressaltar a importância da bioeconomia como alternativa para o financiamento climático e o desenvolvimento sustentável da região. A COP 30 representa uma chance de apresentar ao mundo as potencialidades e desafios das economias centradas no bioma, além de legar às futuras gerações a vocação da Amazônia.>
A bioeconomia é uma estratégia de desenvolvimento baseada no uso sustentável dos recursos naturais, valorizando a floresta em pé e promovendo cadeias produtivas ligadas à sociobiodiversidade. O que o estudo comprova é que usar recursos naturais de forma sustentável pode trazer muito dinheiro e empregos para a Amazônia, sem prejudicar o meio ambiente.>