Pará deve receber cerca de R$ 7,5 bilhões com o pagamento do 13º salário

A movimentação amplia o poder aquisitivo e se estende até o próximo ano.

Publicado em 12 de novembro de 2024 às 16:26

Pará deve receber cerca de R$ 7,5 bilhões com o pagamento do 13º salário
Pará deve receber cerca de R$ 7,5 bilhões com o pagamento do 13º salário Crédito: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

A estimativa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA) é que a economia do estado receba aproximadamente R$ 7,5 bilhões até o fim deste ano, com o pagamento do 13º salário.

Membros da indústria de Belém esclarecem que o comércio local já se prepara para essa movimentação e se estrutura para aumentar as vendas. Afirma Muzaffar Said, comerciante de Belém, que as empresas se estruturam para suprir a demanda, ampliando o número de empregados. Isso resulta em maior movimento, mais trabalhadores e mais clientes recebendo.

Said destaca que o 13º salário se junta ao fluxo de compras de final de ano e, por isso, "a estimativa pode chegar a duplicar o rendimento mensal nesse período".

A estimativa do Dieese para este ano é 20% superior à do ano passado, que foi de R$ 5,4 bilhões. A pesquisa também revelou que a vantagem deve beneficiar mais de 2 milhões de indivíduos neste ano, um aumento de aproximadamente 6% em comparação com 2023.

Eduardo Yamamoto, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sidilojas), ressalta as margens de lucro neste período. Conforme a organização, "a receita do setor pode crescer até 30% em relação aos outros meses do ano, particularmente no comércio varejista. No entanto, estima-se que entre 20% e 25% desse montante seja devido ao efeito do 13º salário, uma vez que essa renda adicional é comumente usada para compras e festividades em dezembro", ressalta.

Embora haja uma injeção de recursos, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Pará (Fecomércio-PA) destaca que nem toda a quantia paga aos empregados com o 13º salário deve ser destinada ao consumo. A entidade estima que grande parte dos recursos obtidos será empregada no pagamento de dívidas.

"Em outubro, a taxa de endividamento do paraense atingiu 66% e a inadimplência atingiu 23,2% (PEICCNC/Fecomércio-PA), fatores que sempre restringem a magnitude das vendas." "No entanto, antecipamos uma entrada significativa de fundos provenientes do 13º salário, levando em conta o nível de emprego e a média salarial de todos os empregos, bem como outros elementos relacionados ao período natalino e às celebrações de fim de ano", destaca.

A federação espera um aumento nas vendas no varejo em Belém. Informações da organização indicam que, de janeiro a agosto deste ano, houve um crescimento de 5,2% no percentual de vendas em relação ao mesmo período de 2023. Segundo eles, esse movimento é "um indicativo de que o ano deve terminar, pelo menos, com um aumento de 6,5% a 8,5% em comparação ao ano anterior", porém, esses dados continuam passíveis de alterações.