Bloco de carnaval critica capacitismo e reforça direitos dos PCDs

O empresário Joaquim Manoel Leitão Barbosa é surdo. Fez de sua indignação com a exclusão social e de sua percepção dos direitos como PCD, uma oportunidade de trabalho e negócio.

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Agência Brasil

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Publicado em 3 de março de 2025 às 20:54

Família mobiliza o carnaval de foliões com deficiência.
Família mobiliza o carnaval de foliões com deficiência. Crédito: Jose Cruz/Agência Brasil

Um bloco de carnaval em Brasília critica o capacitismo e reforça o direitos dos PCDs. Há 13 anos, a historiadora Lurdinha Danezy Piantino utiliza o carnaval como meio de mobilizar as pessoas com deficiência (PCDs) para saírem de casa nos dias de folia na capital federal.

É no carnaval também a forma que ela encontrou para chamar atenção da sociedade em favor das PCDs e contra o preconceito que as trata como fora do padrão tido como normal, inferiores e incapazes – o chamado “capacitismo”.

Segundo Lurdinha, trazer pessoas com deficiência para brincar carnaval exige um trabalho bem grande. Isso porque os espaços sociais costumam ser excludentes e por isso são pouco frequentados por PCDs.

Para um cadeirante, por exemplo, deslocar-se no carnaval pode significar esperar por muito tempo um ônibus que pare e acione o elevador hidráulico para subir, ou ter a sorte de conseguir um motorista de aplicativo que tenha boa vontade de transportar a pessoa com deficiência no banco da frente, no banco de trás é mais difícil a entrada e conforto.

Ao chegar no local, o cadeirante poderá perceber que o piso, sem conservação, é irregular e esburacado, e ainda faltam rampas de acesso. Se a PCD é cega, também terá dificuldades como a ausência de piso tátil ou placas em braile. Se um surdo estiver sozinho, talvez não encontre quem possa auxiliar comunicando-se em libras.