Publicado em 23 de setembro de 2024 às 16:22
Talento, disciplina e amor pela música. A receita parece difícil, mas para os musicistas da Orquestra Jovem Helena Maia os quatro adjetivos são naturais para quem se apresenta nas grandes salas de espetáculo do Pará e do Brasil. E na próxima quarta-feira, 25, às 19h, o grupo leva à Igreja de Santo Alexandre, em Belém, um rico repertório que passa por clássicos da música erudita, canções brasileiras e até sucessos da música paraense.>
A apresentação faz parte da programação do Encontro de Artes de Belém, o Enarte, promovido pela Escola de Música da UFPA e que oferece ao público uma programação musical dinâmica, além de espaços para troca de conhecimento e experiências entre estudantes e profissionais, até o dia 27 de setembro em diversos espaços de Belém.>
A Orquestra Jovem Helena Maia, que completa 20 anos em 2024, prepara um repertório que passa por músicas barrocas, clássicos da música erudita e também por canções paraenses. A orquestra é composta por instrumentos de corda como violino, viola, violoncelo e contrabaixo acústico.>
A mistura de ritmos tem o objetivo de encantar o público que comparecer à Igreja de Santo Alexandre na próxima quarta-feira. Um dos regentes da orquestra, o professor Rodrigo Santana, explica a importância da orquestra como formadora de talentos da música paraense.>
"A orquestra Jovem Helena Maia é um ponto de partida. É um celeiro de grandes talentos que podem ganhar o mundo. Muitos dos que passam por aqui se transformam em músicos profissionais. Mas até os que não seguem na carreira, ganham um repertório educacional e cultural muito rico. Pra mim é um trabalho gratificante observar tantos talentos se interessando por música clássica.">
A orquestra que leva o nome da Professora Helena Maia, uma importante musicista e formadora de talentos, é composta por jovens, professores de música e até musicistas profissionais. A contrabaixista Mayany Salgado, que tem 41 anos, ficou afastada da música por um tempo, mas decidiu voltar e já está ansiosa para se apresentar ao público.>
"É maravilhoso estar me preparando para uma apresentação tão importante. Eu estive há 20 anos estudando contrabaixo acústico. Precisei dar uma pausa por alguns anos na carreira, e agora estou aqui, com tantos jovens, aprendendo e também ensinando tudo o que aprendi nesse tempo.">
O sentimento é dividido também com quem ainda está no começo da carreira. A jovem violinista Maitê Colares, de 17 anos, conta que vivencia uma mistura de emoções a poucos dias da apresentação.>
"É uma mistura de ansiedade e alegria, o que eu sinto nessa preparação. Eu já estou na orquestra há 6 anos, apesar disso o nervosismo é normal, pois ainda tenho muito a aprender. Por isso aproveito cada minuto do que ouço e aprendo com tantos músicos e professores talentosos.">
Maitê teve a primeira vivência na música clássica aos 4 anos de idade, quando entrou em um projeto promovido pela Escola de Música da UFPA. A paixão pelo violino nasceu, também, por influência dos pais, a cantora lírica Dione Colares e o pianista Leonardo Coelho de Souza.>
"Eles sempre me estimularam a aprender música clássica. Eles sabem pelo que eu passo porque já vivenciaram tudo isso. A gente tem uma conexão ainda mais forte e eu acho que a música possibilitou isso.">
Pietro Brandão, que tem 21 anos e é violoncelista da Orquestra Jovem Helena Maia, é outro talento que desponta na música clássica paraense. Ele conta que as expectativas são grandes para a carreira, já que a orquestra é conhecida como um importante celeiro de musicistas profissionais.>
"Eu tive muitas influências ao longo da minha carreira, ao começar os estudos. Mas a paixão pela música clássica foi algo que cresceu dentro de mim, desde sempre. E estar nesse lugar é sifnificativo, porque eu conheço muita gente que começou nesta orquestra e hoje está ganhando o mundo tocando profissionalmente. É muito bonito como a Escola de Música da UFPA trabalha pra que tantos jovens, como eu, possam mostrar o seu talento nas grandes salas de apresentação do Pará, do Brasil e do mundo.">
O regente da orquestra, Rodrigo Santana, também divide uma sensação ao observar os talentos da orquestra. Ele foi aluno da Escola de Música da UFPA e hoje, tem o trabalho de lapidar os futuros grandes nomes da mússica clássica.>
"Eu me sinto lisonjeado de um dia ter feito parte do grupo de alunos daqui e hoje estar à frente dessa orquestra. É muito bonito ver como a escola musical passa de mestre a aprendiz. Nós aprendemos com os nossos mestres no passado e hoje a gente retorna pra cá, ajudando a construir a carreira de jovens que podem ser os novos grandes talentos da música paraense.">
Orquestra Jovem Helena Maia - Foi criada em agosto de 2004, pela professora Silvia Matos, com o objetivo de proporcionar aos alunos de cordas do curso livre e técnico da Emufpa a prática de orquestra, de onde são selecionados repertórios de variados estilos e períodos da história da música. A iniciativa proporciona aos integrantes, em sua maioria jovens, o desenvolvimento de aspectos técnicos com ênfase na diversidade de estilos musicais. O nome da orquestra é uma homenagem à professora Helena Maia, já aposentada da escola, sendo uma das principais apoiadoras da prática de orquestra na Emufpa.>
Desde a sua criação, a orquestra já se apresentou em importantes salas de concerto de Belém, como: Theatro da Paz, Espaço São José Liberto, Igreja de Santo Alexandre, Sala Ettore Bosio, Museu da UFPA e Museu do Estado do Pará. Neste ano de 2024 o grupo comemora 20 anos de atividades, tendo como coordenadores e regentes os professores Silvia Matos e Rodrigo Santana.>
Enarte 51 - Idealizado pela primeira vez na década de 1970 pelo pianista, professor e compositor Altino Pimenta (1921-2003), o Enarte nasceu como proposta para promover as diversas linguagens artísticas em atuação na UFPA, no período do Círio de Nazaré. Com o tempo, o projeto configurou-se como uma mostra musical e, hoje, apresenta resultados das atividades acadêmicas e artísticas de professores e alunos da Emufpa, além de trazer convidados. Este ano, o evento ocorre de 23 a 27 de setembro, em diversos espaços de Belém. A programação completa pode ser conferida no site "www.even3.com.br/enarte51 ".>