CBF solicita contratos da ESPN com a dupla Re-Pa e demais clubes da Série B

A medida, inédita até então, está gerando polêmica nos bastidores do futebol nacional e levanta suspeitas de possível retaliação à ESPN, emissora que passou a transmitir os jogos da competição neste ano.

Publicado em 15 de abril de 2025 às 12:03

Ricardo Gluck Paul, Felipe Albuquerque, Ednaldo Rodrigues e Sérgio Papelin - 
Ricardo Gluck Paul, Felipe Albuquerque, Ednaldo Rodrigues e Sérgio Papelin -  Crédito: Divulgação/CBF

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) enviou um ofício aos 20 clubes participantes da Série B do Campeonato Brasileiro 2025, solicitando a entrega de cópias dos contratos firmados com emissoras de televisão. A medida, inédita até então, está gerando polêmica nos bastidores do futebol nacional e levanta suspeitas de possível retaliação à ESPN, emissora que passou a transmitir os jogos da competição neste ano.

O pedido da entidade, assinado pelo diretor jurídico André Mattos, exige que os clubes compartilhem os contratos com emissoras, plataformas de streaming e canais de YouTube antes do início de cada edição do torneio. A justificativa apresentada é de que a CBF atuará como interveniente anuente em acordos ainda não formalizados, garantindo, segundo o ofício, sigilo e confidencialidade das informações.

Contexto polêmico

O momento da solicitação gerou estranheza nos bastidores. O ofício foi enviado dias após a exibição de um programa da ESPN que repercutiu uma reportagem da revista Piauí, com críticas à gestão de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. A coincidência de datas levantou especulações sobre uma possível reação institucional à emissora, o que ainda não foi confirmado oficialmente.

Clubes como Paysandu, Remo, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Chapecoense, CRB, Goiás, entre outros, estão entre os destinatários do comunicado. A exigência nunca havia sido feita em edições anteriores da competição, mesmo com a presença de diferentes emissoras responsáveis pela cobertura.

Repercussão e questionamentos

A medida despertou preocupações entre dirigentes sobre a autonomia dos clubes em negociar direitos de transmissão, além de potencial impacto na liberdade editorial das emissoras que cobrem a competição.

Apesar de a CBF ter prerrogativa para se inteirar dos contratos enquanto organizadora do torneio, a falta de transparência sobre os motivos reais da solicitação está alimentando a desconfiança entre clubes e veículos de imprensa.

Até o momento, a CBF não se manifestou publicamente para esclarecer os objetivos da medida. A situação será acompanhada de perto pelas entidades de clubes, pela imprensa e pela opinião pública, podendo ter desdobramentos relevantes na relação entre a entidade máxima do futebol nacional e os meios de comunicação.