Publicado em 13 de abril de 2025 às 15:12
Uma bancada com pelo menos 22 parlamentares da esquerda à direita, uma nova casa de lobby e convescotes em jogos da seleção brasileira. Em menos de quatro anos na presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues construiu uma base de apoio em Brasília reproduzindo a mesma cartilha de Ricardo Teixeira, líder máximo da entidade de 1989 a 2012, quando renunciou em meio a denúncias de corrupção.>
Apesar da crise que o afastou do cargo provisoriamente, de polêmicas sobre manipulação de resultados e, agora, da denúncia de aparelhamento da entidade máxima do futebol, o cartola tem uma rede de contatos na Câmara e no Senado que o blindam no Legislativo e atuam em favor dele no Poder Judiciário. Mesmo os críticos do atual presidente veem que a atual “bancada da bola” não tem o mesmo tamanho que já teve, mas os movimentos do dirigente da CBF são para reforçá-la, dentro e fora do Congresso.>
A ação judicial por meio da qual Ednaldo conseguiu voltar ao cargo, em janeiro de 2024, foi articulada pelo PSD e movida pelo PCdoB. A decisão partiu do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que também tem negócios com a CBF a partir da instituição de ensino superior que mantém. Para Ednaldo, o que aconteceu foi um “golpe rasteiro e violento contra uma pessoa negra, de origem humilde e nordestino”.>
A construção do poder político de Ednaldo Rodrigues passa pela manutenção de vice-presidentes que integram grupos controlados pela cúpula do Congresso, como o do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) – o Amapá está no último lugar do ranking de federações da CBF, mas está na chapa vencedora de Ednaldo. E é reforçada por deputados e senadores que atuam abertamente em favor dele.>
O Estadão mapeou 22 congressistas com algum grau de atuação legislativa favorável a Ednaldo Rodrigues. A defesa é liderada por parlamentares da Bahia, sua terra natal, tanto governistas como de oposição. Mas também conta com congressistas que seguiam a cartilha de antecessores na CBF e transferiram o apoio a Ednaldo.>
Todos os citados nesta reportagem foram procurados. Uma parte defendeu a atuação de Ednaldo e disse que ele é “injustiçado”, outra nega trabalhar por interesses da CBF. O restante não se posicionou. Já a CBF fala em “raivosa campanha difamatória movida por ex-colaboradores”.>
O chefe da confederação de futebol tem aprimorado a própria movimentação política. Em junho de 2024, abriu um escritório no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, que funciona como espaço para solenidades e lobby. O local já recebeu figuras como Paulo Gonet, procurador-geral da República, e Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, na posse do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, e Célia Xakriabá (PSOL-MG), liderança indígena da esquerda, também já participaram de compromissos na casa.>
Para Ednaldo, “não parece ser motivo de estranhamento ou questionamentos” o novo “escritório de representação” na capital federal, já que “a CBF busca manter boas relações com o governo federal, o Judiciário e o Legislativo”. Por meio de nota, ele afirmou que a entidade, que já tem um escritório em Paris, vai abrir uma outra unidade nos Estados Unidos, uma da sedes da próxima Copa do Mundo.>
Além da casa, Ednaldo tornou o pré-jogo das três partidas da seleção brasileira realizadas na capital federal desde a ascensão dele, em 2021, em convescotes concorridos onde empresários encontram medalhões dos Três Poderes e posam para as colunas sociais. A relação de convidados da CBF inclui ministros de tribunais superiores, o juiz dos casos das bets barradas pelo governo, integrantes do Executivo, deputados e senadores.>
A lista de presença de políticos nos eventos da CBF mostra que as relações de Ednaldo vão além dos congressistas mais ligados à “bancada da bola”. Ela contempla de membros de PT, PCdoB e PSOL a PL, União e Republicanos, partidos em lados opostos do espectro político.>
Até agora, o trabalho de blindagem funcionou. Ednaldo Rodrigues passou incólume a requerimentos de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), todos retirados de pauta ou não votados. Nem a denúncia de aparelhamento da estrutura da CBF e de má gestão da entidade, publicada pela revista piauí, provocou grandes reações no Congresso.>
Na Câmara, o grupo de aliados de Ednaldo Rodrigues é encabeçado pelo deputado federal José Rocha (União-BA), ex-presidente do Esporte Clube Vitória, um dos principais clubes da Bahia. O deputado estava entre os que só viam qualidades em Ricardo Teixeira. Em 2006, Rocha subiu à tribuna só para registrar que o então presidente da CBF havia recebido título de cidadão paulistano: “Uma justa homenagem a esse grande dirigente de futebol”.>
Com Ednaldo, o deputado segue a mesma linha: “Em momento algum, vou deixar de afirmar que sou amigo pessoal do senhor Ednaldo Rodrigues. Isso é para ficar bem claro, bem claro”, disse Rocha, em sessão da CPI da Manipulação de Resultados em Partidas de Futebol. Rocha, segundo a revista piauí, ganhou da CBF um regalo na Copa do Catar: hospedagem, passagem aérea e ingressos de graça para três jogos com direito a levar sua mulher. Os gastos com o agrado ao deputado baiano teriam sido de R$ 364 mil.>
Também participam desse grupo Leur Lomanto Jr (União-BA), presidente da Associação Desportiva Jequié, time da primeira divisão do campeonato baiano, e Paulo Azi (União-BA), atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.>
Rocha, Leur e Azi fizeram parte da tropa de choque que agiu durante a CPI para impedir que Ednaldo fosse convocado à comissão. A estratégia envolveu articular com integrantes do colegiado nos bastidores e tumultuar algumas sessões para trocar o foco. O requerimento de convocação, que obrigaria a presença de Ednaldo, foi transformado em convite. A participação virou opcional e Ednaldo faltou às duas sessões nas quais era esperado.>
Procurado, Azi disse que foi contra a convocação porque “não existia nenhuma previsão de investigação da CBF ou do presidente no escopo da CPI”. Segundo ele, Ednaldo é um homem “sério e probo” e “perseguido por ser nordestino e pardo”. Mas reiterou que sua atuação é “impessoal” e que não trabalha para travar pautas contrárias ao interesse de Ednaldo, desde que “amparadas pelo Regimento Interno e a Constituição”.>
“Não tenho medo de nenhuma CPI, respeito todas e estou sempre à disposição para colaborar”, respondeu Ednaldo, em nota, ao Estadão.>
No dia seguinte à última tentativa de fazer Ednaldo colaborar, o relator da CPI, Felipe Carreras (PSB-PE), apresentou o relatório final e os trabalhos foram concluídos sem ouvir o que o presidente da maior entidade do futebol brasileiro teria a dizer sobre o tema. “Quem decide a pauta é o presidente da CPI, não o relator”, disse Carreras ao Estadão, apesar de tradicionalmente ambos conduzirem os trabalhos em conjunto.>
A comissão era presidida por Julio Arcoverde (PP-PI), outro deputado ligado ao mundo do futebol. Ele é vice-presidente do River, time de Teresina (PI), e tem um aliado na federação piauiense. “Não chamamos o Ednaldo porque ele estava viajando, no Peru. Quando ele se prontificou a falar, por vídeo, o Arthur Lira encerrou as três comissões que estavam funcionando na Casa”, disse.>
Ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) tem no seu grupo político o ex-prefeito de Boca da Mata (AL) Gustavo Feijó, pai do presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), Felipe Feijó. Gustavo, que já presidiu a FAF, tentou se viabilizar para concorrer à CBF com Ednaldo, mas acabou aderindo ao candidato único no pleito realizado no mês passado. E Lira emplacou o advogado Luis Otávio Veríssimo, seu braço direito na Mesa Diretora, como presidente do STJD, atrelado à CBF.>
Em março de 2022, Gustavo Feijó tentou suspender a primeira eleição de Ednaldo ao entrar com um pedido de liminar na 1ª Vara Cível de Maceió que foi acolhida no dia do pleito. No entanto, a eleição transcorreu normalmente, uma vez que a CBF afirmou não ter sido notificada de tal decisão. A FAF foi a única entidade que não depositou voto em Ednaldo naquele dia.>
Foi Gustavo Feijó quem acionou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) anteriormente para questionar a homologação do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela CBF junto ao Ministério Público que viabilizou a eleição de 2022 de Ednaldo.>
A bancada baiana também atuou no Senado em defesa do presidente da CBF. O líder do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), foi o principal articulador em Brasília para garantir a recondução de Ednaldo ao cargo depois de uma determinação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) ordenar o afastamento dele da função, em dezembro de 2023. Naquele mesmo mês, Jaques Wagner criticou a decisão e disse ao jornal baiano A Tarde que “fez, faz e continua fazendo” movimentos em favor ao presidente da CBF.>
“Considero a gestão de Ednaldo um importante avanço na democratização do futebol brasileiro. Minha defesa se dá pelo reconhecimento do seu perfil técnico e pela simbologia de ver um dirigente negro e nordestino ocupar o cargo, não apenas como presidente da CBF, mas também como conselheiro da Conmebol e da Fifa. Além disso, ele vem se destacando pela defesa de bandeiras históricas, como o combate ao racismo - que serve de exemplo para o mundo -, a ênfase na inclusão de minorias e o protagonismo inédito do futebol feminino”, afirma Jaques Wagner ao Estadão.>
Quando mandou Ednaldo se afastar da direção da entidade, a Corte do Rio entendeu que havia indícios de irregularidade no processo eleitoral. O socorro veio, então, do PCdoB, partido de Orlando Silva, deputado federal por São Paulo, mas natural de Salvador (BA). Alcino Rocha, aliado do parlamentar, hoje é secretário-geral da CBF. O partido recorreu ao Supremo e a relatoria caiu com Gilmar Mendes.>
Segundo Ednaldo, a ação do partido foi “espontânea” para defender “uma injustiça que estava sendo cometida”. “Sou grato, mas jamais provoquei essa ação”, afirmou.>
Em janeiro de 2024, Gilmar despachou favoravelmente ao dirigente após a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU) emitirem pareceres também a favor da suspensão do afastamento de Ednaldo. Gilmar Mendes indicou erros na decisão do tribunal do Rio. O processo não chegou ao fim porque o ministro Flávio Dino pediu vista. Em fevereiro de 2025, o STF homologou um acordo entre CBF, cinco dirigentes da entidade - incluindo Gustavo Feijó - e a Federação Mineira de Futebol (FMF). As partes reconheceram a legalidade da assembleia que elegeu Ednaldo em 2022.>
Gilmar é dono da faculdade Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). A instituição firmou parceira com a CBF de Ednaldo, em agosto de 2023, no projeto CBF Academy. Pelo contrato, a CBF fica com 16% da receita dos cursos e o IDP, 84%. O PCdoB apresentou a ação em dezembro de 2023. A decisão de Gilmar Mendes é de janeiro de 2024.>
A defesa de interesses da CBF não é restrita a parlamentares da Bahia. Congressistas consultados apontam o senador Ciro Nogueira (PP-PI) como o principal articulador da confederação. Ele fazia parte da velha “bancada da bola”, aliada de Ricardo Teixeira, e manteve aliados na estrutura que suporta Ednaldo.>
Apesar das sucessões no comando da entidade, ele mantém sua influência na federação piauiense, que também está no projeto de recondução de Ednaldo. Foi a Ciro Nogueira que Ednaldo recorreu, em 2021, para tentar liberar o jogo de Brasil e Argentina, em São Paulo, barrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).>
Na primeira sessão da Comissão do Esporte do Senado neste ano, a presidente do colegiado, senadora Leila Barros (PDT-DF), evitou colocar a CBF em pauta após as denúncias da revista piauí. Senadores que levaram requerimentos foram demovidos da ideia. A parlamentar que fez história no vôlei também já marcou presença na casa do lobby da CBF em Brasília.>
Procurada, Leila disse que não tem proximidade com Ednaldo e que seu vínculo é “extremamente institucional, limitado a encontros em eventos oficiais em Brasília”. Ela afirmou que a pressão de senadores na comissão faz “parte do jogo político”. “Sempre defendi que todas as entidades esportivas devem atuar com responsabilidade e clareza”, disse. “A pressão é parte do jogo político, mas, assim como sempre atuei no Senado, conduzirei os trabalhos com imparcialidade e respeito ao Regimento Interno.”>
Ednaldo entrega regalias até para deputados que ele não conhece>
Cartolas do futebol que trabalharam com Ednaldo Rodrigues descrevem o atual presidente da CBF como um articulador eficiente. Como parte de sua política, ele distribuiu ingressos e convites até para congressistas com os quais ainda não tem qualquer relação.>
Um parlamentar que não quis se identificar relatou à reportagem que só viu Ednaldo em duas oportunidades, que não tem contato com o presidente da CBF, e, mesmo assim, recebeu dois convites em seu gabinete para assistir à partida entre Brasil e Peru, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, no mês de outubro. Outro declarou que “quase todo o Congresso” recebeu o convite.>
No jogo, estiveram diversos deputados, como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Zeca Dirceu (PT-RS), e senadores, como Jaques Wagner (PT-BA). Ministros do governo Lula, como Paulo Pimenta (ex-Comunicação Social) e Renan Filho (Transporte), e até o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), transitaram entre o camarote da CBF e a tribuna de honra.>
Antes mesmo do pontapé inicial, a CBF separou dois lounges no Terraço Borsoi, um dos camarotes mais privilegiados do Mané Garrincha, e realizou um coquetel pré-jogo que recebeu autoridades do cenário político nacional.>
Lá estiveram pelo menos 13 presidentes de federações estaduais. Outras figuras de poder em Brasília compareceram – caso do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), do ex-senador de Brasília Luiz Estevão, do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Guilherme Augusto Caputo Bastos, do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e do presidente do STJD, Luis Otávio Veríssimo.>
“Eu não convidei nenhum político, mas fiquei feliz de encontrar tantas personalidades importantes, amantes do futebol e da seleção brasileira”, disse Ednaldo à reportagem.>
Logo após a troca do comando da Câmara, que levou Hugo Motta a substituir Lira, Ednaldo fez gestos por uma aproximação, num momento em que o ex-jogador Ronaldo Nazário cogitava entrar na disputa pela CBF contra ele. Em fevereiro, quatro dias depois de Motta ser eleito, Ednaldo foi à Câmara com integrantes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) para encontro com Motta e demais líderes da Casa.>
Estiveram presentes, os líderes do PP, Dr. Luizinho (RJ); do MDB, Isnaldo Bulhões Jr. (AL); do PSDB, Adolfo Viana (BA); do Republicanos, Gilberto Abramo (SP); e do PDT, Mario Heringer (MG). Ednaldo levou a tiracolo o próprio cunhado, Ricardo Lima, presidente da Federação Bahiana de Futebol.>
“O presidente da CBF, até pelo estatuto da entidade, precisa ter boas relações com todas as instituições de governo, assim como clubes e federações”, afirmou, em nota, Ednaldo.>
Blindagem no Senado envolve senadores críticos da CBF temerosos da volta de Ricardo Teixeira>
Tanto a Câmara como o Senado abriram CPIs para apurar manipulação de resultados em partidas de futebol e nenhuma das duas ouviu Ednaldo. No Senado, os trabalhos foram conduzidos pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e teve Romário (PL-RJ) como relator.>
Os dois são conhecidos pela postura crítica à CBF há décadas. Como jornalista, Kajuru foi um dos mais ferrenhos críticos de Ricardo Teixeira, que ficou no cargo por duas décadas, até 2012. Ele permanece como um dos maiores opositores do ex-cartola.>
Romário, que já tinha conduzido a CPI do Futebol, no Senado, em 2015, fez reiteradas críticas a Teixeira e chegou a dizer abertamente que Ciro Nogueira fazia parte da bancada da CBF.>
Hoje, ambos são apontados como aliados de Ednaldo. Kajuru diz que ele representa um mal menor para a Confederação. “Os erros que ele (Ednaldo) comete são infantis, primários, perante os erros muito mais graves, escandalosos, bilionários de Ricardo Teixeira”, disse Kajuru. Romário não quis se manifestar.>
Integrantes da bancada variam de defesa a Ednaldo e críticas à seleção>
Em nota, a CBF afirmou lamentar o que chamou de “raivosa campanha difamatória” ao seu presidente. “A CBF lamenta que, dias após uma eleição de consenso, esteja sendo alvo de uma raivosa campanha difamatória movida por ex-colaboradores que perderam espaço por não se alinharem aos valores de profissionalismo e moralidade impostos pela nova gestão e por infames personagens que recentemente tentaram aplicar um golpe na estrutura democrática da entidade.”>
A entidade disse que, para “cólera dos fracassados e difamadores”, a atual gestão teve a lisura aprovada em três situações: na eleição de 2022, na vitória sobre a tentativa de “golpe” em 2024 e na reeleição da semana passada, com apoio de todas as 27 federações estaduais e dos 40 clubes das Séries A e B.>
“Todas as notícias veiculadas nos últimos dias já foram desmentidas e agora estão, no jargão jornalístico, sendo requentadas sem seguir preceitos básicos do bom jornalismo, como a checagem das informações e o respeito ao contraditório”, disse o texto encaminhado à reportagem.>
Todos os parlamentares citados como integrantes da “bancada da bola” foram procurados pelo Estadão. Além daqueles já citados no texto acima, responderam à reportagem os deputados Arthur Lira (PP-AL), Coronel Meira (PL-PE), José Rocha (União-BA) e Júlio Lopes (PP-RJ) e os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Hiran Gonçalves (PP-RR). Os demais não comentaram.>
A equipe de reportagem também procurou os deputados Célia Xakriabá (PSOL-MG), Leur Lomanto Jr (União-BA), Orlando Silva (PCdoB-SP), Sidney Leite (PSD-AM) e Valmir Assunção (PT-BA) e os senadores Chico Rodrigues (PSB-RR), Davi Alcolumbre (União-AP) e Jaques Wagner (PT-BA), além da própria CBF, mas não obteve retorno.>
Arthur Lira disse que sua atribuição se “circunscreve ao Congresso Nacional” e que não tem atuações em indicações para o STJD. Ele confirmou que o ex-prefeito Gustavo Feijó é aliado em Alagoas, mas que não tem nenhuma relação com a CBF.>
Lira também afirmou que os trabalhos das comissões da Câmara são determinados por seus respectivos presidentes e seus membros. “O presidente da Casa não interfere nos trabalhos inerentes a cada comissão. Desta maneira, não houve pedido meu neste sentido (para poupar o cartola)”, disse.>
Coronel Meira afirmou que tem “relacionamento zero” com Ednaldo. Perguntado sobre a sua relação com a Federação Pernambucana de Futebol, que apoiou Ednaldo, ele disse não ser mais diretor. “Não sou da área de esportes, minha área é da segurança pública.”>
Na mesma linha, Ciro Nogueira, apontado como um dos principais aliados de Ednaldo no Congresso, respondeu somente que não o conhece. Ele não comentou o fato de ter sido procurado por ele em 2021 quando a Anvisa suspendeu uma partida da seleção por conta da pandemia de covid-19.>
José Rocha, por sua vez, afirmou que é amigo de Ednaldo e, como baiano, tem “muito orgulho” de ter Ednaldo como presidente da CBF. Ele disse ainda que não agiu para impedir a convocação do cartola para a CPI e o defendeu das acusações de aparelhamento na entidade.>
“Eu não conheço nada que o presidente da CBF esteja fazendo fora das quatro linhas. É uma entidade privada, não tem recurso público. O presidente teve o consenso da totalidade dos seus filiados para a sua recondução”, disse Rocha.>
O deputado Júlio Lopes disse que elogiou Ednaldo no plenário da Câmara a pedido de um ex-deputado estadual do Rio que atualmente é vice-presidente de Relações Externas do Flamengo. Segundo Lopes, que diz ter críticas à seleção brasileira, nunca houve um encontro com o presidente da CBF após o discurso.>
“Como todos os brasileiros, eu que sou rubro-negro apaixonado por futebol, não tenho tido alegrias com a seleção que simplesmente perdeu o encanto. Espero que deem um novo rumo a essa CBF decepcionante”, afirmou Julio Lopes.>
O senador Hiran Gonçalves disse desconhecer as denúncias de aparelhamento na CBF e negou ter relações com Ednaldo. “Não tenho nada, nem contra nem a favor. Gosto de futebol, só isso”, afirmou.>