Relatórios médicos revelam que boxeadora Imane Khelif possui testículos e genitália masculina

De acordo com documentos, a vencedora do ouro nas Olimpíadas de Paris sofre de um distúrbio genético que afeta homens biológicos.

Publicado em 4 de novembro de 2024 às 17:16

Relatórios médicos revelam que boxeadora Imane Khelif possui testículos e genitália masculina
Relatórios médicos revelam que boxeadora Imane Khelif possui testículos e genitália masculina Crédito: Reprodução/Instagram/@imane_khelif_10

Um laudo médico vazado revelou que a boxeadora argelina Imane Khelif, campeã olímpica em Paris e protagonista de controvérsia de gênero durante os Jogos Olímpicos, tem cromossomos XY e testículos internos.

O texto, obtido pelo jornalista francês Djaffar Ait Aoudia, foi redigido em junho de 2023 por profissionais do Hospital Kremlin-Bicêtre em Paris e do Hospital Mohamed Lamine Debaghine na Argélia.

Os resultados indicam que Khelif sofre de deficiência de 5-alfa redutase, uma condição genética que interfere no desenvolvimento normal dos órgãos sexuais. Frequentemente, meninos com essa deficiência são classificados como femininos devido à deformação na genitália. Durante a puberdade, começam a surgir indícios de masculinização, como o desenvolvimento muscular e a falta de mamas.

De acordo com o documento, Khelif não tem útero nem testículos internos, detectado por uma ressonância magnética um "micropênis". Isso suscita dúvidas sobre sua elegibilidade para competir nas categorias femininas de luta. Os exames também confirmaram o cariótipo XY e os níveis típicos de testosterona em homens, conforme os resultados.

Georges Cazorla, treinador de Khelif, já havia admitido anteriormente que um problema cromossômico foi detectado após uma avaliação realizada pela Associação Internacional de Boxe (IBA) em março de 2023, o que inicialmente a desqualificou da competição feminina.

Contudo, o Comitê Olímpico Internacional (COI), que não realiza testes cromossômicos desde 1999, permitiu a participação de Khelif, uma vez que a única exigência para a participação no boxe feminino era a presença de um marcador de gênero em documentos legais.