Ataque israelense mata prefeito de principal cidade do sul do Líbano

As Forças Armadas israelenses afirmaram ter atacado um armazém de “armas estratégicas pertencentes à organização terrorista”.

Publicado em 16 de outubro de 2024 às 12:16

O exército israelense atacou o sul de Beirute.
O exército israelense atacou o sul de Beirute. Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Na manhã desta quarta-feira, 16, o exército israelense atacou o sul de Beirute, após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se opor a qualquer cessar-fogo “unilateral” no Líbano, na última terça-feira, 15. Dois ataques atingiram o bairro xiita de Haret Hreik, no sul de Beirute, no início da manhã, poucos minutos após o exército israelense ter emitido uma ordem de evacuação desta área suspeita de acolher “interesses” do Hezbollah.

As Forças Armadas israelenses afirmaram ter atacado um armazém de “armas estratégicas pertencentes à organização terrorista”. Ataques aéreos israelenses atingiram Nabatiyeh, no sul do Líbano, segundo a governadora regional Howaida Turk, afirmando que um “anel de fogo” se formou em torno desta cidade, onde Israel e o Hezbollah estão agora em guerra aberta.

Segundo ela, um deles matou várias pessoas, incluindo Ahmad Kahil, o prefeito da cidade de Nabatiyeh, a mais importante do sul do país e liderada pelo Hezbollah e seu aliado, o movimento xiita Amal. “Houve onze ataques, principalmente em Nabatiyeh, mas também nos seus arredores”, disse ela informando que “o número de vítimas ainda não foi estabelecido”.

No último sábado, 12, um bombardeio já havia destruído o centro comercial da cidade. Desde que os bombardeios massivos começaram, em 23 de setembro, pelo menos 1.356 pessoas foram mortas no Líbano, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais. Os Estados Unidos tentaram aumentar a pressão sobre Israel, dizendo que se “opõem” à campanha de bombardeios realizada em Beirute. Washington também ameaçou seu aliado de suspender sua ajuda na ausência de um aumento “espetacular” na assistência humanitária à Faixa de Gaza, que es encontra em seu nível mais baixo, de acordo com a ONU.

Na noite da última terça, 15, o Ministério da Saúde libanês informou que nove pessoas foram mortas em ataques israelenses em vários municípios no sul do Líbano. Outro bombardeio israelense a uma cidade no leste do país, na fronteira com a Síria, também deixou cinco mortos, incluindo três crianças, segundo a mesma fonte.

Sem cessar-fogo unilateral

Benjamin Netanyahu declarou, na última terça-feira, 15, que se opunha a um “cessar-fogo unilateral, que não mudaria a situação de segurança no Líbano” e que “não impediria o Hezbollah de se rearmar e se reagrupar” no sul do Líbano, durante uma conversa telefônica com o presidente francês Emmanuel Macron.

O Hezbollah afirmou ter disparado “uma grande salva de mísseis” na direção de Safed na madrugada de quarta-feira. Esta é a terceira vez em menos de dois dias que o movimento islâmico ataca esta cidade no norte de Israel. A milícia também disse ter feito lançamentos contra posições de artilharia israelense em Dalton e Dishon (nordeste).

O Exército israelense relatou o disparo de 50 mísseis no norte do país a partir do Líbano, sem mencionar vítimas. Na terça-feira, o Hezbollah anunciou que tinha como alvo “três escavadoras israelenses e um tanque Merkava” numa aldeia fronteiriça no sul do Líbano e relatou “combates corpo a corpo”. O grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques com foguetes em diversas áreas do norte de Israel, incluindo Haifa e Safed, e afirmou ter abatido dois drones israelenses.

Com informações do Portal Metrópoles