EUA alerta para terremoto e megatsunami após líquido vazar no fundo do mar; entenda

Falha da Zona de Subducção de Cascadia já acumula pressão há 325 anos; terremoto pode gerar tsunami de até 30 metros

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 10:29

O tremor foi tão forte que chegou a provocar um tsunami que atravessou o Pacífico e atingiu o Japão
O tremor foi tão forte que chegou a provocar um tsunami que atravessou o Pacífico e atingiu o Japão Crédito: Reprodução/Universidade de Washington 

Em 26 de janeiro de 1700, a costa de Oregon, nos Estados Unidos, foi devastada por um enorme terremoto de magnitude estimada em 9. O tremor foi tão forte que chegou a provocar um tsunami que atravessou o Pacífico e atingiu o Japão. Agora, cientistas afirmam que há 37% de chance de que um novo megaterremoto ocorra na região nos próximos 50 anos.

Oregon, no oeste dos EUA, fica na chamada Zona de Subducção de Cascadia, uma falha tectônica de aproximadamente 1.100 km que se estende do norte da Califórnia até a Colúmbia Britânica, no Canadá.

De acordo com pesquisadores, grandes terremotos acontecem nessa zona em intervalos de 300 a 500 anos. Como a falha não produz um terremoto desde 1700, a pressão entre as placas tectônicas Juan de Fuca e Norte-Americana continua se acumulando, aumentando o risco de um evento devastador.

Estudos sobre terremotos

Os pesquisadores analisam diferentes evidências para entender melhor a atividade da falha. Além dos registros históricos e geológicos, como as chamadas florestas fantasmas, troncos de árvores submersos após a descida do solo costeiro, também há relatos de povos indígenas sobre um tsunami ocorrido no passado.

Esses relatos, combinados com registros históricos do Japão, ajudaram os cientistas a determinar com precisão a data do último grande terremoto.

Outra descoberta importante foi feita em 2015, quando cientistas da Universidade de Washington identificaram um fenômeno incomum no fundo do mar, próximo à costa do Oregon: um vazamento de fluido quente, chamado de Oásis de Pítia.

Esse fluido, que se origina de profundidades de até 4 km, desempenha um papel crucial na lubrificação entre as placas tectônicas. Quando a quantidade do líquido diminui, a pressão entre as placas aumenta, o que favorece o surgimento de um terremoto.

A Zona de Subducção de Cascadia é formada pelo encontro entre a Placa Juan de Fuca e a Placa Norte-Americana. A primeira, uma pequena placa oceânica, está gradualmente se deslocando para baixo da segunda, um processo conhecido como subducção. Esse movimento gera um acúmulo de energia ao longo do tempo que, quando liberado, pode causar terremotos de grande magnitude.

Tsunami de até 30 metros
Caso um terremoto de grande magnitude ocorra, espera-se que o tremor dure entre cinco e sete minutos nas áreas próximas à falha, de acordo com o Departamento de Gestão de Emergências de Oregon.

Além disso, um tsunami com ondas de até 30 metros pode atingir a costa da região em questão de minutos. O impacto poderia ser devastador para a infraestrutura local, comprometendo estradas, pontes, edifícios e sistemas de fornecimento de energia e água.

Diante desse cenário, especialistas alertam para a necessidade de reforçar edificações e melhorar os sistemas de alerta precoce.

Diferentemente de regiões como o Japão e a Califórnia, que possuem redes avançadas de monitoramento sísmico, a Zona de Subducção de Cascadia apresenta desafios devido à sua localização no oceano profundo.

A instalação de sismógrafos no fundo do mar tem sido uma estratégia adotada para melhorar a detecção de atividades sísmicas.

Preparação para o inevitável
Autoridades locais têm enfatizado a importância da preparação para possíveis terremotos e tsunamis. Na última quarta-feira (5), a governadora do Oregon, Tina Kotek, proclamou fevereiro como o mês de conscientização sobre tsunamis e terremotos, incentivando medidas de preparação para a população.

Os cientistas alertam que, embora não seja possível prever com precisão quando ocorrerá um grande terremoto, é essencial que a população e as instituições estejam preparadas.

Algumas cidades costeiras no oeste dos EUA já implementaram sistemas de rotas de fuga e alertas de tsunami para minimizar os danos em caso de um evento sísmico.

Com informações do R7