Publicado em 14 de setembro de 2024 às 14:02
Ataques aéreos israelenses atingiram o centro e o sul de Gaza neste sábado, 14, matando pelo menos 14 pessoas, enquanto amigos e familiares de uma ativista turco-americana morta por um soldado israelense se preparavam para homenageá-la em um funeral.>
Os ataques aéreos na Cidade de Gaza atingiram uma casa onde moravam 11 pessoas, incluindo três mulheres e quatro crianças, e outro ataque atingiu uma tenda em Khan Younis com palestinos deslocados pela guerra entre Israel e Hamas, informou a Defesa Civil de Gaza no sábado.>
Esses ataques se seguiram a ataques aéreos no início da semana que atingiram um acampamento na terça-feira, 10, e uma escola das Nações Unidas que abrigava deslocados na quarta-feira, 11.>
Uma campanha para vacinar crianças em Gaza contra a poliomielite foi encerrada, e a Organização Mundial da Saúde informou que cerca de 559 mil menores de 10 anos receberam a primeira dose. O número representa sete de cada oito crianças que a campanha pretendia vacinar.>
Espera-se que as segundas doses comecem no final deste mês, num esforço com o qual a OMS disse que as partes já haviam concordado.>
"Enquanto nos preparamos para a próxima rodada em quatro semanas, esperamos que essas pausas se mantenham, porque essa campanha mostrou claramente ao mundo o que é possível quando se dá uma chance à paz", disse Richard Peeperkorn, representante da OMS em Gaza e na Cisjordânia, em um comunicado no sábado.>
Envolto em uma bandeira turca, o caixão foi levado de um carro fúnebre para um hospital em Didim por seis policiais em um uniforme cerimonial.>
Seu funeral deverá ser realizado na cidade costeira no oeste da Turquia no final do sábado. A ativista de 26 anos, que tinha cidadania americana e turca, foi morta após uma manifestação contra os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada, de acordo com um manifestante israelense que testemunhou o tiroteio>
Os militares israelenses disseram na terça-feira que Eygi provavelmente foi baleada "indiretamente e sem intenção" pelas forças israelenses. A Turquia anunciou que conduzirá sua própria investigação sobre sua morte.>
A agência de notícias Anadolu informou que seu corpo chegou a Didim após uma autópsia no Instituto de Medicina Legal de Izmir. Enquanto a família de Eygi observava o caixão sendo descarregado, sua mãe teve que ser ajudada por médicos, disse a agência.>
Sua morte foi condenada pelo Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no momento em que os Estados Unidos, o Egito e o Qatar pressionam por um cessar-fogo e pela libertação dos reféns restantes mantidos pelo Hamas.>
As conversações têm sido repetidamente paralisadas, pois Israel e o Hamas acusam um ao outro de fazer exigências novas e inaceitáveis.>
A guerra começou quando combatentes liderados pelo Hamas mataram cerca de 1,2 mil pessoas, a maioria civis, em um ataque ao sul de Israel em 7 de outubro.>
Eles sequestraram outras 250 pessoas e ainda mantêm cerca de 100 reféns depois de libertar a maior parte do restante em troca de palestinos presos por Israel durante um cessar-fogo de uma semana em novembro.>
Acredita-se que cerca de um terço dos reféns restantes estejam mortos. A guerra causou grande destruição e deslocou cerca de 90% da população de 2,3 milhões de habitantes de Gaza e mergulhou o território em uma grave crise humanitária.>
O Ministério da Saúde de Gaza afirma que mais de 41 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra. O ministério não faz distinção entre civis e militantes em sua contagem, mas afirma que mulheres e crianças representam pouco mais da metade dos mortos. Israel afirma ter matado mais de 17 mil militantes na guerra.>
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo>