Médicos aprovam nova medicação para o Alzheimer; ‘primeira resposta em anos’

“Há um novo tratamento para a doença de Alzheimer que é uma revolução. É a primeira resposta em muitos anos que temos na Medicina para oferecer aos doentes”

Publicado em 23 de março de 2025 às 09:48

Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo que causa deterioração cognitiva e perda de memória.
Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo que causa deterioração cognitiva e perda de memória. Crédito: Reprodução

A Doença de Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo que causa deterioração cognitiva e perda de memória.

Os sintomas incluem dificuldade em lembrar informações recentes, desorientação e perda progressiva da capacidade de realizar tarefas diárias.

A doença é mais comum em pessoas idosas, especialmente entre 65 e 85 anos, e pode levar à demência. O tratamento envolve cuidados paliativos e suporte, mas não há cura definitiva, e por isso a medicina vem sempre buscando novas formas de tratar esse mal, e agora está perto de encontrar uma solução definitiva.

É o que ressalta o médico e investigador, Thiago Gil Oliveira. Segundo ele, um tratamento farmacológico para remover as placas de amiloide do cérebro destes doentes já foi aprovado nos EUA, no Reino Unido, no Japão, na Coreia do Sul e na China, entre outros países.

“São dois medicamentos, produzidos por duas farmacêuticas diferentes, que dão um nível de proteção e de redução da taxa de diminuição da cognição ao longo do tempo e que oferecem mais anos de vida às pessoas, com a cognição mais preservada. É a primeira resposta em muitos anos que temos na Medicina para oferecer aos doentes, para retardar o aparecimento dos sintomas. E isso decorre da remoção das placas de amiloide do cérebro” , afirma o médico.

Com apenas 40 anos, Thiago arrecadou agora o Prémio BIAL de Medicina Clínica, no valor de 100 mil euros, por uma investigação em que revela que certas regiões do cérebro são afetadas de maneira diferente pelas várias proteínas tóxicas responsáveis pela doença de Alzheimer. Este é um estudo que abre caminho para um diagnóstico mais precoce e melhores tratamentos para a patologia degenerativa mais prevalente no mundo.

Ainda segundo o médico, os novos remédios para o tratamento de alzheimer, ainda estão em avaliação pelas autoridades de saúde.

“Devo dizer que há efeitos secundários que têm de ser muito bem monitorizados. Nem todos os doentes podem usufruir destes potenciais fármacos” , ressalta.

“Como já hoje se faz, em função de cada um dos doentes institui-se uma estratégia terapêutica diferente. Em algumas situações até se prescreve mais do que um tipo de anti-hipertensor, conjugando-se diferentes anti-hipertensores para se obter o resultado pretendido. Vejo o futuro do tratamento da doença de Alzheimer indo um pouco nesta direção, em que vamos compreender a grande diversidade de subtipos dentro da patologia e adequar as terapêuticas com maior precisão para cada um destes subtipos”, finalizou.

Com informações de Visão.pt