Milhares de pessoas vão as ruas exigir a saída do presidente da Sérvia; assista

As concentrações tornaram-se mais tensas desde que o governo acusou os manifestantes de serem pagos por agências estrangeiras e de prepararem ações violentas ou mesmo uma revolução.

Publicado em 16 de março de 2025 às 15:41

Na tarde deste sábado (15), milhares de pessoas convocadas pelo movimento estudantil e vindas de toda a Sérvia, reuniram-se no centro de Belgrado.
Na tarde deste sábado (15), milhares de pessoas convocadas pelo movimento estudantil e vindas de toda a Sérvia, reuniram-se no centro de Belgrado. Crédito: Reprodução/Redes Sociais

Na tarde deste sábado (15), milhares de pessoas convocadas pelo movimento estudantil e vindas de toda a Sérvia, reuniram-se no centro de Belgrado para expressar seu descontentamento com o governo e o presidente sérvio, o nacionalista populista de direita Aleksandar Vučić, na maior concentração da história do país.

Em protestos contra a corrupção, as concentrações tornaram-se mais tensas desde que o Governo acusou os manifestantes de serem pagos por agências estrangeiras e de prepararem ações violentas ou mesmo uma revolução, e essa onda de protestos e ocupações continua se espalhando pelo país, impulsionada por um crescente movimento estudantil que exige justiça pela tragédia na estação ferroviária de Novi Sad, onde 15 pessoas morreram no desabamento de uma cobertura.

Desde novembro de 2024, os estudantes pressionam o governo por sua resposta inadequada e falta de responsabilização, abalando as estruturas políticas do país. O movimento ampliou seu alcance ao formar alianças com sindicatos e coletivos de trabalhadores. Com marchas entre cidades e vilarejos, os estudantes envolveram comunidades historicamente excluídas da vida política.

Antes da manifestação do dia 15 de março, incentivaram a formação de comitês populares autônomos em resposta ao que chamam de crise da democracia representativa. “A força do movimento estudantil está na democracia direta, que, ao contrário da representativa, não é vulnerável à manipulação e à corrupção”, afirmaram.

Vučić havia ameaçado uma resposta firme das forças de segurança. O movimento estudantil e a oposição acreditam que o governo pretende usar atos violentos como pretexto para declarar estado de emergência e, por isso, fizeram um apelo para que os manifestantes não caiam em provocações. O presidente sérvio classificou os protestos como uma “revolução importada” organizada “de fora” e afirmou que sua saída do poder só seria possível “se o matarem”.

Na noite anterior ao protesto, milhares de estudantes chegaram a Belgrado vindos de várias cidades sérvias, a pé ou de bicicleta, sendo recebidos por multidões com cânticos, assobios, vuvuzelas e tambores. Diante da mobilização, Vučić reafirmou sua posição: “Sou o presidente deste país e não permitirei que as ruas ditem as regras”, declarou.