Pais usam app para rastrear filhos após assassinatos na França

Procura por dispositivos de localização como o AirTag , da Apple , cresceu entre os pais de crianças e adolescentes.

Publicado em 19 de fevereiro de 2025 às 15:45

Procura por dispositivos de localização como o AirTag , da Apple , cresceu entre os pais de crianças e adolescentes.
Procura por dispositivos de localização como o AirTag , da Apple , cresceu entre os pais de crianças e adolescentes. Crédito: Divulgação

O aumento nos casos de assassinatos cometidos contra crianças na França, tem preocupado pais e responsáveis, que estão recorrendo a dispositivos de rastreamento para localizar os filhos a qualquer hora.

No último dia 8 de fevereiro, uma menina de 11 anos, chamada Louise, foi encontrada morta em uma área de bosque, em Paris, poucas horas depois de sair da escola.

O crime acendeu um alerta na sociedade, já que foi o segundo em poucos dias, envolvendo crianças. Uma semana antes, Elias, de 14 anos, foi assassinado com uma faca, durante uma tentativa de assalto, quando criminosos tentaram roubar seu celular, na saída do treino de futebol, no dia 25 de janeiro.

Após a repercussão dos casos no país, a procura por dispositivos de localização como o AirTag , da Apple , cresceu entre os pais de crianças e adolescentes.

O francês Jerôme Debrie colocou um rastreador na mochila de seu filho de 14 anos e um no carro usado pela filha de 17 anos. Ele pode saber onde os filhos estão a qualquer momento. Mas o monitoramento do pai não agrada principalmente a jovem, que se incomoda com a falta de liberdade.

Para os psicólogos, apesar da preocupação dos país. Esse tipo de atitude pode desencadear um efeito contrário ao de alto proteção. Segundo os especialistas, vigiar as crianças não é a melhor maneira de torná-las autônomas e capazes de se defender sozinhas. Além disso, o uso do aparelho de rastreamento só deve ser feito com consentimento dos filhos.

"Se a criança tem a impressão de que ela é vigiada pelos pais 100% do tempo, não tenho certeza que ela se sentirá totalmente em segurança e não estará preparada a se proteger sozinha", diz Samuel Comblez, psicólogo, vice-diretor da associação E-enfance.