Publicado em 20 de abril de 2025 às 18:05
Em um raro gesto de cooperação em meio a um dos conflitos mais prolongados da Europa no século XXI, Rússia e Ucrânia realizaram neste sábado (19), a maior troca de prisioneiros desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. A operação envolveu a libertação de 523 combatentes, sendo intermediada pelos Emirados Árabes Unidos, país que tem atuado nos bastidores como mediador neutro em diversas questões diplomáticas internacionais.>
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou que 277 combatentes ucranianos foram libertos do cativeiro russo. Entre os repatriados estão integrantes das Forças Armadas da Ucrânia, da Guarda Nacional, do Serviço Estatal de Transporte Especial e da guarda de fronteira. “Eles estão em casa”, escreveu o líder ucraniano em publicação na rede X. Desde o início da guerra, segundo ele, 4.552 pessoas, entre civis e militares já foram resgatadas por meio de operações semelhantes.>
Do lado russo, o Ministério da Defesa confirmou o retorno de 246 militares que estavam sob custódia ucraniana. Em comunicado oficial, o governo de Moscou informou ainda que, como parte de um acordo adicional, 31 prisioneiros de guerra ucranianos feridos foram devolvidos como gesto humanitário, em troca de 15 soldados russos que também necessitavam de cuidados médicos urgentes.>
A troca deste sábado é vista por analistas como um raro sinal de avanço em meio ao impasse diplomático que mantém a guerra em seu terceiro ano, com milhares de mortos e milhões de deslocados. Ainda que não represente um cessar-fogo, a operação mostra que acordos pontuais, com apoio de mediadores internacionais, ainda são possíveis mesmo em meio a uma das crises geopolíticas mais graves do século.>