Os advogados Bruno Castro e Fernando Santana, que representavam Ronnie Lessa no processo relacionado ao assassinato de Marielle Franco, anunciaram sua saída da representação do ex-policial nesta quarta-feira, 20. A decisão ocorre logo após o anúncio da homologação do acordo de delação premiada pelo Supremo Tribunal Federal.
Lessa é identificado como o autor dos disparos que resultaram na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No acordo, ele teria revelado informações sobre os mandantes do crime. Embora os depoimentos de Lessa tenham sido prestados nos últimos meses, a homologação ocorreu apenas nesta terça-feira, 19, pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Em comunicado enviado à equipe da CartaCapital, os advogados invocaram “ideologia jurídica” como motivo para sua saída do caso. Na declaração, afirmam que não representam delatores.
“A decisão de não representar delatores é uma questão de princípios que antecede o caso, e não está relacionada ao desejo de resolver ou não um determinado crime”, declara a nota de Castro e Santana.
Os advogados afirmam que Lessa foi informado, no momento da assinatura do contrato, de que, caso optasse pela delação, não poderia mais contar com seus serviços. Eles representavam o ex-policial há cerca de 5 anos.
“Desde o início, deixamos claro que ele não poderia continuar sendo representado pelo nosso escritório caso optasse por fechar um acordo de delação premiada”, destaca a nota dos advogados, acrescentando que a defesa não foi consultada por Lessa sobre a colaboração.
Além do caso relacionado à morte de Marielle, Castro e Santana representam o ex-PM em outras 12 ações. Ainda não foi esclarecido se a dupla de advogados continuará defendendo Lessa nessas outras instâncias.
Com informações da CartaCapital
