O ex-procurador e atual embaixador Nacional do Partido Novo, Deltan Dallagnol, condenou a decisão do corregedor Nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, de afastar a juíza Gabriela Hardt e três desembargadores, descrevendo-a como “absolutamente constrangedora”. O afastamento, anunciado nesta segunda-feira, 15, foi justificado por supostas irregularidades em suas atuações nos processos da Operação Lava Jato.
Salomão emitiu a decisão monocraticamente, retirando de suas funções a ex-titular da 13ª Vara Federal de Curitiba-PR, além dos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) Thompson Flores, Danilo Pereira Júnior e Loraci Flores de Lima.
Em nota pública, Dallagnol criticou a fragilidade da decisão, alegando que ela transmite uma mensagem de perseguição política aos juízes e desembargadores que atuaram na Lava Jato, condenando corruptos e contrariando interesses poderosos.
Ele analisou detalhadamente a decisão e concluiu que a mesma se baseia em argumentos débeis, como a rapidez na homologação de um acordo entre o MPF e a Petrobras. Dallagnol também utilizou termos pejorativos para se referir ao corregedor, considerando “inacreditável” que uma decisão tão grave tenha sido tomada com base em fundamentos tão frágeis e ridículos.
Gabriela Hardt é alvo de uma representação disciplinar desde maio de 2023, cujo relatório final será submetido ao plenário do CNJ nesta terça-feira (16/4). O documento cita supostos desmandos na destinação de valores bilionários dos acordos feitos pela Petrobras e empreiteiras como a Odebrecht.
O relatório parcial do corregedor nacional de Justiça, em 2023, apontava uma suposta “gestão caótica” dos recursos provenientes de acordos de delação premiada e leniência por parte de Sergio Moro e Gabriela Hardt. No caso dos desembargadores, a acusação é de desobediência à decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com informações do Metrópoles