O Governo Federal tomou uma medida emergencial diante da crise enfrentada pelos produtores de arroz do Rio Grande do Sul após as inundações históricas que assolaram o estado. O Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou em entrevista ao Estúdio i nesta quarta-feira, 8, a liberação da compra de 1 milhão de toneladas do cereal.
A medida provisória que autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a realizar essa compra deverá ser publicada ainda hoje.
Segundo Fávaro, o arroz será adquirido de produtores do Mercosul e será do tipo pronto para consumo, já descascado, para não impactar a relação entre produtores, cerealistas e atacadistas.
A Conab, empresa estatal brasileira, tem como uma de suas atribuições auxiliar o governo federal na formulação de políticas agrícolas e na regulação do abastecimento interno por meio do estoque de produtos, como o arroz, visando evitar oscilações nos preços.
O ministro enfatizou que a liberação não implica necessariamente na compra total das 1 milhão de toneladas, uma vez que o Brasil é praticamente autossuficiente na produção de arroz. O objetivo é garantir o abastecimento e evitar a elevação dos preços nos supermercados, sem prejudicar os produtores locais.
Fávaro destacou também que as consequências da calamidade no Rio Grande do Sul podem ter impactos em todo o Brasil, dado que o estado responde por cerca de 70% da demanda nacional pelo cereal.
A preocupação com a oferta de arroz é justificada por diversos fatores, conforme relatado pelo g1:
- O Brasil consome quase toda a produção interna de arroz, sendo que 70% dela provém do RS.
- Estima-se que a safra atual poderá ter uma redução de produção, passando de 10,6 milhões para menos de 10 milhões de toneladas devido às enchentes no Sul.
- Antes mesmo das chuvas históricas, já havia previsão de problemas na oferta de arroz neste ano devido aos menores estoques iniciais e ao atraso no plantio causado pelas enchentes de 2023.
- A expectativa inicial era de que o RS contribuísse com 7,5 milhões de toneladas nesta safra, mas parte significativa dessa produção pode ter sido comprometida pelas enchentes.
- Além disso, a destruição de estradas tem dificultado o transporte do arroz colhido, mesmo antes da tragédia recente.
Com informações do g1