Neste domingo 31, o papa Francisco, 87 anos, presidiu as celebrações do ‘Domingo de Páscoa’ no Vaticano. A cerimônia, que marca a data mais importante da Igreja Católica, começou às 5h, horário de Brasília, sendo transmitida para o mundo inteiro.
O papa chegou de cadeira de rodas ao local, celebrou a missa, e em seguida saudou os fiéis a bordo do papa móvel, entre abanos e sorrisos, diante de cerca de 30 mil fiéis reunidos na Praça São Pedro. Em sua homilia, ele renovou o pedido por um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
‘Peço de novo que o acesso de ajuda humanitária em Gaza seja garantido e exorto, de novo, a libertação rápida dos reféns sequestrados em 7 de outubro’, disse o pontífice.
Presença cancelada
Na sexta-feira, 29, o pontífice cancelou de última hora a presença nas celebrações da Via Sacra, forçando os organizadores a remover às pressas a cadeira papal.
Segundo informações do Vaticano, esta foi uma decisão tomada pelos médicos de Francisco, para preservar a sua saúde para o fim de semana carregado de atividades, no entanto, ele também abandonou a leitura de sua homilia no Domingo de Ramos, sem explicações. Isto reacendeu os questionamentos sobre a saúde debilitada de Francisco.
A Semana Santa é um dos pilares centrais do calendário católico, envolvendo várias celebrações que culminam na Páscoa. O evento no Coliseu de Roma, por exemplo, é uma procissão que reconstitui a morte de Jesus Cristo. Fiéis caminham dentro e ao redor da antiga arena romana, parando para orar e ouvir meditações. Várias celebrações representam uma maratona para o papa argentino que está com a saúde debilitada.
Recentemente, Francisco tem aparentado cansaço e foi forçado, em várias ocasiões, a delegar a leitura de seus discursos, alegando bronquite. No final de fevereiro, ele foi submetido a exames em um hospital de Roma.
Apesar de uma grande operação no abdômen em 2023, Francisco, que nunca tira férias, continua a trabalhar em um ritmo frenético no Vaticano, onde pode receber até uma dúzia de interlocutores em uma única manhã. Porém, a idade e a saúde precária parecem lhe atingir. Ele não viaja desde sua visita a Marselha, no sul da França, em setembro passado, e teve que cancelar sua viagem a Dubai para a COP28, em dezembro, devido à bronquite.
Na noite do último sábado, 30, o Papa participou da vigília pascal durante mais de duas horas e pronunciou a homilia sem dificuldades. Ele se manifestou contra as ‘pedras da morte’, ‘os muros do egoísmo e da indiferença’ e ‘todas as aspirações de paz destruídas pela crueldade do ódio e pela ferocidade da guerra’.
No domingo, o Ministério de Assuntos Religiosos da Indonésia anunciou que ele visitaria o país de maioria muçulmana em 3 de setembro, uma viagem que será combinada com Papua Nova Guiné e Timor Leste. O Vaticano, entretanto, ainda não oficializou a visita.
Francisco sempre deixou “a porta aberta” para uma possível renúncia, seguindo os passos de seu antecessor, Bento XVI. Mas, em uma autobiografia publicada em meados de março, ele reiterou que não tinha nenhum “motivo sério” para renunciar ao cargo, uma “hipótese remota” que só se justificaria no caso de um “impedimento físico grave”.