Foto: Agência Brasil
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Pará tem mais pessoas que recebem o Bolsa Família do que pessoas trabalhando de carteira assinada

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Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, no estado do Pará, o número de beneficiários do Bolsa Família é maior que o de pessoas que trabalham com carteira assinada. São cerca de 1,3 milhão de famílias inscritas no programa e apenas 955.656 empregos formais registrados. O estado segue a tendência analisada em 12 das 27 unidades federativas do Brasil.

Todo o Nordeste e mais quatro do Norte estão nessa situação, mas no estado do Pará, assim como em outras 25 unidades federativas, as ofertas de empregos formais cresceram mais do que o número de beneficiários do Bolsa Família, ainda que a relação de dependência do programa social não tenha acabado.

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Antes da pandemia, o número de estados que possuíam essa relação era 8. Em 2022 subiu para 10, com o Auxílio Brasil, e em 2023 subiu para 13, número que vem se mantendo em 2024.

No Maranhão há 641 mil empregos com carteira assinada e 1,2 milhão de famílias maranhenses recebendo Bolsa Família. Ou seja, há 2 habitantes recebendo o benefício, para cada empregado com carteira de trabalho. Isso faz com que o Maranhão seja o estado do Brasil onde essa situação é mais crítica.

Em Santa Catarina, essa proporção é menor. Lá, são 10 trabalhadores no mercado formal para cada beneficiário do Bolsa Família. Houve, no entanto, redução generalizada nessa proporção no último ano. 

Em janeiro de 2020, antes do início da pandemia, o Brasil tinha 39,6 milhões de trabalhadores com carteira e 13,2 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Esse número subiu para 14,5 milhões em dezembro de 2021, quando o mercado de trabalho já havia se recuperado parcialmente da crise sanitária.

O governo Bolsonaro ampliou esse número para 21,6 milhões no ano eleitoral de 2022. Ao menos 3 milhões dos 7 milhões de novos beneficiários foram incluídos no programa nos três meses que antecederam as eleições. 

Estudos mostram que o Bolsa Família é o benefício social mais focado – o que mais chega à população mais pobre, quem realmente precisa, em vez de beneficiar outros grupos. Houve também um aumento provisório no valor do benefício em 2022, que chegou a R$ 600. Com a disputa eleitoral, o valor ficou permanente. 

Em 2023, uma nova ampliação fez o valor médio chegar a R$ 680. Esse rápido aumento do Bolsa Família coincidiu com uma fragilização do trabalho em carteira assinada, onde muitos trabalhadores migraram para o mercado informal. Com isso, em janeiro de 2023, para cada 2 empregos com carteira assinada, havia 1 beneficiário do Bolsa Família.

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