No Rio de Janeiro, a Polícia divulgou nesta quinta-feira, 28, imagens de câmeras de segurança de quando um passageiro foi agredido dentro do vagão do metrô. A vítima identificada como Paulo Vítor Araújo sofreu uma lesão no olho e teve traumatismo craniano.
Embora a ação tenha acontecido por volta das 23h do dia 7 de junho, a divulgação de imagens do caso é feita porque o suspeito ainda é procurado pela polícia e não foi encontrado até então.
Paulo Vítor, que é sushiman, voltava para casa quando, no meio do caminho, foi agredido, sem motivo.
Registros de câmeras mostram que um homem de casaco vermelho se levanta, pega duas bolsas e bate uma delas na cabeça do passageiro de preto, Paulo, que está na frente dele. Neste momento, a vítima estava mexendo no celular, mas não ser agredido ele se levanta e os dois começam a brigar.
Ele tenta se defender e alguns passageiros, assim como a mulher que parecia estar com o agressor, também tentam ajudá-lo. No entanto, Paulo Vítor cai no chão várias vezes e um dos passageiros, que também está de vermelho, tenta apartar a briga.
Em seguida, o agressor sai do metrô. Imagens das câmeras que ficam acopladas no uniforme dos seguranças do metrô registraram a saída dele na estação Antero de Quental. Os funcionários ainda tentam abordar o suspeito, mas, alterado e intimidador, ele deixa o local. Mas antes, acontece o seguinte diálogo:
Segurança: Boa noite, amigão, posso falar contigo?
Suspeito: Não encosta em mim, não encosta em mim.
Segurança: Eu só to perguntando o que aconteceu. Aconteceu alguma coisa dentro do trem?
Suspeito: Não entra não, não entra não.
Segurança: Vou pedir pra você aguardar.
Suspeito: É vacilão, é vacilão.
Rádio: Solicita apoio aí, pede pra direcionar pra sala, pra gente poder manter que tem uma pessoa machucada.
Segurança: Aguarda por favor, amigão.
Suspeito: Eu tô no meu caminho. Não entra no meio caminho, não.
Segurança: Tô sozinho, ele tá muito agressivo e tá me ameaçando. Ele também tá usando a esposa aqui como escudo.
Suspeito: É vacilão! É vacilão.
Segurança: Vai lá, vai lá.
Mulher grita: Pelo amor de Deus, vamos embora.
Funcionários do metrô teriam alegado que o agressor estava com uma faca e por isso não conseguiram pará-lo. Afirmaram também que tentaram conversar com ele e levá-lo para uma sala onde é registrada esse tipo de ocorrência, mas sem sucesso.
Outras imagens mostram a vítima machucada, com sangue no rosto. Paulo conta que foi ao Hospital depois das agressões e fez um exame do crânio, mas que foi informado que ninguém poderia avaliar o exame. Liberado, Paulo Vítor procurou atendimento em um hospital particular de Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, investiga o caso e suspeita que a motivação seja a chamada xenofobia regional, porque Paulo Vítor é nordestino.
O registro de ocorrência diz que as agressões aconteceram na altura da estação Antero de Quental, no Leblon, e que a vítima foi repentinamente agredida por um homem com um objeto que ele não faz ideia do que seja. Que o ferimento resultou em traumatismo craniano e que nunca viu o agressor e não faz ideia do que motivou a agressão.
A polícia tenta identificar o agressor. Quem tiver informações pode denunciar pelo telefone do Disque Denúncia: 21 2253-1177.
Com informações do G1