PCC pagava R$ 20 mil por mala com cocaína enviada à Europa

Um relatório de investigação da Polícia Federal mostra que cada funcionário de empresa terceirizada contratado por narcotraficantes para atuar no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) ganhava R$ 20 mil do crime organizado por mala de cocaína enviada ao exterior. Segundo o documento, essa quantia era equivalente a...

Publicado em 11 de abril de 2023 às 15:57

Um relatório de investigação da Polícia Federal mostra que cada funcionário de empresa terceirizada contratado por narcotraficantes para atuar no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) ganhava R$ 20 mil do crime organizado por mala de cocaína enviada ao exterior.

Segundo o documento, essa quantia era equivalente a mais de um ano do salário médio dos funcionários da área restrita do maior aeroporto do país. Em 2021, a faixa salarial para o cargo era de R$ 1.600 mensais.

Participação do PCC (Primeiro Comando da Capital)

A documentação da PF, de 2021, mostra ainda que o aliciamento de funcionários e a grande quantidade de drogas enviada ao exterior, principalmente para a Europa Ocidental, apontavam para a facção paulista.

Um dos acusados, um operador de sistemas de bagagens de 24 anos, foi preso e condenado pela Justiça Federal de Guarulhos a 10 anos, sete meses e quatro dias em regime fechado. Na casa dele, os agentes encontraram R$ 94.295, além de uma porção de maconha.

Segundo as investigações da PF, o celular apreendido com o funcionário recrutado havia troca de mensagens e de áudios com integrantes do PCC. Em um dos diálogos, o operador de bagagens conversa com um interlocutor identificado às vezes como MC e outras como Zoio.

Dinheiro do PCC

Esse interlocutor fazia a ponte entre fornecedores da droga e o funcionário recrutado. Zoio ou MC fazia os pagamentos para o aliciado. Segundo os policiais, as mensagens deixam claro que o dinheiro vinha do 'comando', como é chamado o PCC.

Também foi verificado o envolvimento do PCC em outra investigação que apurava a participação de um operador de balanças de 45 anos e de um tratorista, 56, de uma empresa que presta serviços para companhias aéreas nacionais e internacionais.

O operador de balança e o tratorista também foram presos. O primeiro foi condenado a 11 anos e cinco meses de prisão em regime fechado. O segundo pegou uma pena de oito anos e dois meses em regime semiaberto. Ele foi acusado de matar um colega que o denunciou e foi condenado em primeira instância a mais 27 anos, um mês e 15 dias em regime fechado.

Com informações do UOL