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Preço despenca e painéis solares viram até ‘muros’ em casas da Europa

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Em países da Europa como Holanda e Alemanha, os painéis solares estão tão baratos, que estão sendo utilizados como cercas de jardim, segundo o jornal “Financial Times”. Atualmente, estão em até menos da metade do preço, e ao que tudo indica, esta tendência permanecerá até os próximos dois anos.

A derrocada do preço se deve, especialmente, ao boom na produção chinesa que vem saturando o mercado global, e se um dia a energia solar foi financeiramente inacessível, em alguns locais, essa realidade já mudou. Além disso, o custo de instalação pode ser bastante caro, então, utilizá-los no solo, ao invés do telhado, pode ser algo econômico, mesmo que as placas não captem a energia da melhor maneira possível.

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Embora os painéis capturem uma quantidade menor de energia ao funcionarem como cerca, o custo de instalação é mais baixo do que uma instalação no telhado, e isso é o que tem motivado os consumidores a aderirem ao formato, conforme analistas. Via de regra, os custos de mão de obra para instalar e manter os painéis solares, representam a maior parte do valor do sistema. Por isso, adaptar a energia solar até como “muro” vem sendo opção.

O curioso, é que estão utilizando os painéis como se fossem cercas, há algum tempo. No Reddit, vemos uma postagem de cinco anos atrás, que mostra o uso inusitado de painéis solares como cercas.

“Por que colocar uma cerca, quando você pode, simplesmente, colocar uma carga de painéis solares, mesmo que eles não estejam exatamente alinhados ao sol?”, diz Martin Brough, chefe de pesquisa climática do BNP Paribas Exane. “Onde os próprios painéis são incrivelmente baratos, as restrições passam a ser os custos de instalação e os locais… você ganha com uma mentalidade DIY”, relata ele.

Segundo a Agência Internacional de Energia, até o final de 2024, o fornecimento de energia gerada por painéis solares atingirá 1.100 gigawatts globalmente – cerca de três vezes a demanda atual. O movimento vem sendo impulsionado pela fabricação em excesso do produto na China.

Em paralelo, o custo da instalação do painel subiu, devido ao aumento da mão de obra. Também há uma demora sistemática para os painéis solares serem conectados à rede elétrica – o que está testando a paciência de proprietários e fornecedores da indústria. A capacidade de rede em alguns países é mais baixa e este é um problema que não é resolvido rapidamente.

Na Europa, segundo o FT, executivos vêm alertando para problemas iminentes, já que o setor vem sendo impactado com desemprego, falências e fechamentos de empresas nos últimos meses, pelo desequilíbrio entre oferta e demanda.

Ao Financial Times, a comissão europeia afirma que se comprometerá em avaliar todas as evidências de práticas injustas alegadas e melhorar o acesso dos fabricantes de painéis, aos fundos da União Europeia.

Para se ter uma ideia, um painel solar custava 11 centavos de dólar/watt no final de março deste ano, metade do preço comercializado no mesmo período do ano passado, apontam dados da BloombergNEF – e deve cair ainda mais.

O Conselho Europeu de Fabricantes de Energia Solar emitiu nota em fevereiro, alertando que os fabricantes de painéis da Europa poderiam começar a fechar, sem nenhuma assistência.

Segundo o jornal, a Systovi, fabricante francesa, diz procurar compradores citando “uma aceleração repentina no dumping chinês”. A EDF, empresa de energia francesa, afirma que sua produtora de painéis solares, Photowatt, enfrenta dificuldades para encontrar equilíbrio econômico.

Com informações do Portal InfoMoney

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