O prefeito de São Paulo (SP), Ricardo Nunes (MDB), entrou com um processo contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), seu adversário nas próximas eleições municipais, após ser acusado de roubo. Em contrapartida, Boulos acionou o Ministério Público para investigar contratos da Prefeitura suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O embate judicial teve início quando Boulos, em uma entrevista ao podcast Inteligência Ltda na semana passada, acusou Nunes de roubo e de estabelecer “esquemas com empreiteiras de obras emergenciais”. Diante disso, os advogados do prefeito argumentam que críticas políticas não podem se transformar em acusações criminais falsas.
Embora os sistemas jurídicos permitam ampla liberdade de expressão em relação a figuras públicas, incluindo críticas ácidas e ofensivas, a imputação falsa de crimes não é tolerada. Segundo a defesa de Nunes, ainda que haja espaço para críticas políticas, a acusação de um delito falso ultrapassa os limites da liberdade de expressão.
Enquanto isso, Boulos solicitou ao Ministério Público de São Paulo uma investigação sobre os contratos da Prefeitura com empresas de ônibus suspeitas de vínculos com o PCC. A gestão de Nunes foi alvo de críticas após uma operação policial que resultou na prisão de indivíduos suspeitos de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e roubos, levantando questionamentos sobre a integridade dos contratos municipais.
Diante da situação, Boulos enfatizou a necessidade de transparência na administração pública, afirmando que o prefeito deve prestar esclarecimentos à cidade. Mesmo diante do processo movido por Nunes, Boulos reiterou sua posição de questionar e cobrar transparência na utilização dos recursos públicos, destacando que não será intimidado pela ação judicial.
Com informações do Uol
